Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
A interprofissionalidade na formação em saúde pelas considerações dos docentes do curso de Enfermagem
Paula Margoto, Heletícia Scabelo Galavote, João Paulo Cola, Larissa Resse, Luna Oliveira Souza

Última alteração: 2021-12-19

Resumo


A interprofissionalidade tem gerado um novo acesso na construção de práticas colaborativas que sejam capazes de fortalecer os serviços de saúde, tornando-os mais seguros e resolutivos, aperfeiçoando a qualidade de saúde ofertada. Para que isso ocorra torna-se necessário o envolvimento entre a Educação Interprofissional (EIP) e a Prática Interprofissional. O objetivo geral desta pesquisa foi avaliar as considerações dos docentes do curso de Enfermagem do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (CEUNES) sobre a importância da interprofissionalidade no contexto da formação dos futuros profissionais de saúde. O método foi de pesquisa exploratória descritiva e qualitativa. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e a partir daí, mediante sorteio, doze docentes foram questionados sobre o tema da interprofissionalidade através de entrevista semiestruturada após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A análise dos dados ocorreu através da Análise de Conteúdo na modalidade de Análise Temática, buscando por núcleos de sentido que fomentassem e analisassem a interprofissionalidade no contexto da formação em saúde. Os resultados encontrados destacaram que os docentes acreditam na importância da interprofissionalidade para redefinir o escopo da prática em saúde, mas relatam ter mínimos conhecimentos sobre o tema já que não foram inseridos sobre a prática interprofissional em suas graduações, o que torna um fator limitante para a abordagem do tema para os discentes. A ausência de base teórica e de capacitações sobre o tema foram os mais citados pelos docentes, o que restringe o avanço da interprofissionalidade em seus ambientes educacionais. Além disso, os docentes afirmaram que fatores estruturais e a falta de espaços para a integração e a discussão entre diferentes cursos de formação impossibilitam o desenvolvimento da prática colaborativa entre os discentes, e que muitas vezes as dificuldades de comunicação e vínculo entre discentes e profissionais nos campos de prática em saúde ocorrem por essa ausência da prática da EIP nos ambientes de formação. Ao analisarmos o olhar dos docentes sobre a interprofissionalidade, observa-se a necessidade de reformulação das práticas formativas em saúde atuais, partindo por caminhos de desenvolvimento de habilidades dinâmicas e da construção coletiva de metodologias participativas que possam promover nos futuros profissionais de saúde a reconfiguração das formas de trabalho para que os serviços ofertados sejam cada vez mais resolutivos, seguros e integrais.