Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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ESTRATÉGIAS DE MANEJO DA ICTERÍCIA DO LEITE MATERNO: REVISÃO INTEGRATIVA.
Amelia Toledo Bauduina, Mariana Guerra Pagio, Julia Santos Carvalho, Ana Paula de Araújo Machado, Mariana Rabello Laignier, Francine Alves Gratival Raposo, Leonardo Gomes da Silva, Cristina Ribeiro Macedo

Última alteração: 2021-12-17

Resumo


 

Introdução: A icterícia é uma alteração  muito comum entre neonatos, ocorre em cerca de 60% dos recém-nascidos. Pode se apresentar como fisiológica ou patológica, sendo identificadas pela cor amarelada deixada na pele, membranas e mucosas provocadas pelo aumento dos níveis séricos da bilirrubina. Apresenta progressão cefalocaudal, considerando que a coloração amarelada em MMII pode estar relacionada a níveis mais elevados de bilirrubina livres no organismo do recém-nascido. A icterícia do leite materno foi identificada pela primeira vez na década de 60 e está associada à persistência da icterícia fisiológica por um período superior a sete dias de vida, podendo persistir entre o 10º e o 15º dia e em casos atípicos, perdurar por meses. Pesquisas sugerem que ocorre em um terço dos bebês e está associada à presença de substâncias no leite materno como jSdiol, um hormônio resultante da degradação do estrogênio. Tal hormônio impede a conjugação da bilirrubina pela inibição de glucuronil transferase causando maior absorção da bilirrubina no intestino do neonato bloqueando sua excreção. Geralmente recém-nascidos com icterícia causada pelo leite materno apresentam bom estado geral, bom ganho de peso, função hepática normal e não há evidência de hemólise. As condutas se divergem quanto às abordagens para o manejo e tratamento desta patologia. O tratamento tradicional consiste na suspensão temporária da amamentação por aproximadamente 48 horas tempo suficiente para a queda dos níveis séricos da bilirrubina. Algumas pesquisas afirmam que profissionais defensores da amamentação consideram o tratamento desnecessário, orientando que se adote a conduta de continuação da amamentação. Objetivo: Verificar as estratégias adotadas frente ao manejo da icterícia do leite materno. Método: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada através de artigos encontrados nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no portal de boas práticas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).  Para a busca, utilizou-se os descritores baseados no Decs: Icterícia Neonatal AND Aleitamento Materno. Os critérios de inclusão foram artigos em inglês, português e espanhol, publicados nos últimos cinco anos que abordassem o tema. Resultados: Foram encontrados 11 estudos, que após aplicação dos critérios de inclusão e leitura de títulos e resumos, posteriormente realizando-a de forma completa, resultou em um total de 04 artigos analisados que reforçaram a necessidade de que mais estudos sejam realizados, tendo em vista a dificuldade em encontrar pesquisas que abordem o tema.  Considerações finais: Verificou-se através desta pesquisa que a icterícia relacionada ao leite materno, trata-se de um tema pouco abordado, tendo em vista a relevância da ocorrência, principalmente para a identificação e o direcionamento da conduta a ser adotada, uma vez que profissionais tem opiniões divergentes acerca de como conduzir o tratamento que dependendo da abordagem incentiva a interrupção e o desmame precoce do neonato, um fato preocupante, considerando os inquestionáveis benefícios da amamentação tanto para a mãe quanto para o bebê. Sendo assim, torna-se necessário um incentivo ás pesquisas para que se chegue a um consenso quanto à identificação da patologia e a melhor forma de tratamento para cada caso.