Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2021-12-17
Resumo
Introdução: A icterícia é uma alteração muito comum entre neonatos, ocorre em cerca de 60% dos recém-nascidos. Pode se apresentar como fisiológica ou patológica, sendo identificadas pela cor amarelada deixada na pele, membranas e mucosas provocadas pelo aumento dos níveis séricos da bilirrubina. Apresenta progressão cefalocaudal, considerando que a coloração amarelada em MMII pode estar relacionada a níveis mais elevados de bilirrubina livres no organismo do recém-nascido. A icterícia do leite materno foi identificada pela primeira vez na década de 60 e está associada à persistência da icterícia fisiológica por um período superior a sete dias de vida, podendo persistir entre o 10º e o 15º dia e em casos atípicos, perdurar por meses. Pesquisas sugerem que ocorre em um terço dos bebês e está associada à presença de substâncias no leite materno como jSdiol, um hormônio resultante da degradação do estrogênio. Tal hormônio impede a conjugação da bilirrubina pela inibição de glucuronil transferase causando maior absorção da bilirrubina no intestino do neonato bloqueando sua excreção. Geralmente recém-nascidos com icterícia causada pelo leite materno apresentam bom estado geral, bom ganho de peso, função hepática normal e não há evidência de hemólise. As condutas se divergem quanto às abordagens para o manejo e tratamento desta patologia. O tratamento tradicional consiste na suspensão temporária da amamentação por aproximadamente 48 horas tempo suficiente para a queda dos níveis séricos da bilirrubina. Algumas pesquisas afirmam que profissionais defensores da amamentação consideram o tratamento desnecessário, orientando que se adote a conduta de continuação da amamentação. Objetivo: Verificar as estratégias adotadas frente ao manejo da icterícia do leite materno. Método: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada através de artigos encontrados nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no portal de boas práticas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Para a busca, utilizou-se os descritores baseados no Decs: Icterícia Neonatal AND Aleitamento Materno. Os critérios de inclusão foram artigos em inglês, português e espanhol, publicados nos últimos cinco anos que abordassem o tema. Resultados: Foram encontrados 11 estudos, que após aplicação dos critérios de inclusão e leitura de títulos e resumos, posteriormente realizando-a de forma completa, resultou em um total de 04 artigos analisados que reforçaram a necessidade de que mais estudos sejam realizados, tendo em vista a dificuldade em encontrar pesquisas que abordem o tema. Considerações finais: Verificou-se através desta pesquisa que a icterícia relacionada ao leite materno, trata-se de um tema pouco abordado, tendo em vista a relevância da ocorrência, principalmente para a identificação e o direcionamento da conduta a ser adotada, uma vez que profissionais tem opiniões divergentes acerca de como conduzir o tratamento que dependendo da abordagem incentiva a interrupção e o desmame precoce do neonato, um fato preocupante, considerando os inquestionáveis benefícios da amamentação tanto para a mãe quanto para o bebê. Sendo assim, torna-se necessário um incentivo ás pesquisas para que se chegue a um consenso quanto à identificação da patologia e a melhor forma de tratamento para cada caso.