Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Violência física contra adolescentes: uma análise dos casos notificados no Espírito Santo, 2011 a 2018
Nina Bruna De Souza Mawandji, Mayara Alves Luis, Franciéle Marabotti Costa Leite

Última alteração: 2021-12-28

Resumo


Introdução: A violência constitui um problema de saúde pública não apenas por sua magnitude, mas também pelas consequências físicas, psicológicas e sociais. Dentre os tipos de violência aos quais os adolescentes estão expostos, a física, sexual, psicológica e a negligência são os que mais são relatados pelas vítimas. Nisto, a violência física contra adolescentes ocorre em diferentes contextos, seja doméstico, escolar, ou no namoro e, se destaca entre os abusos que mais acometem os adolescentes. Objetivo: verificar a frequência de notificação de violência física contra adolescentes no Espírito Santo, e, sua associação com as características da vítima, do agressor e do evento. Resultados: Os dados das notificações de violência contra adolescentes no Espírito Santo no período de 2011 a 2018, demonstram uma prevalência desse agravo de 44,1% (IC95%: 43,0-45,1). Verifica-se que a maioria das vítimas era do sexo feminino (P: 51,6%; N= 2005), tinha entre os 13 aos 17 de idade (P: 63,9%; N= 2482), eram pretos ou pardos (P: 77,6%; N= 2581), não apresentavam nenhum tipo de deficiência ou transtorno (P: 93,3%; N= 2932), e, residiam na zona urbana (P: 91,6%; N= 3543). Em relação às características do agressor, a maior parte tinha 20 anos ou mais (P: 68,9%; N= 1692), era conhecido das vítimas (P: 34,2%; N= 1098), não apresentava sinais de consumo de bebida alcoólica no momento da agressão (P: 98,8%; N= 1336), e em 75,1% (N= 2319) dos casos havia apenas um perpetrador envolvido na agressão física. Quanto às características da agressão, 42,9% (N= 1411) dos casos ocorreram em via pública, 36,3% (N=1005) eram episódios de agressão recorrentes, e 84,6% (N= 3209) das vítimas foram encaminhadas para outros serviços. Conclusão: Os resultados desse estudo mostram que uma elevada magnitude da violência física contra adolescentes e que este agravo está associado a características da vítima, do agressor e do evento. É necessário a maior aproximação dos profissionais de saúde acerca desta temática para promoção de um cuidado mais ampliado e qualificado as vítimas.