Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
Perfil da gestão pública em saúde nas ações de enfrentamento da obesidade no Estado de Alagoas.
Maria Kátia Silva de Melo, Thatiana Regina Favaro, Beatriz Souza, Allan Victor Gouveia, Carine Santos, Lúcia Brito, Leiko Asakura, Theresa Siqueira, Jonas Silveira

Última alteração: 2022-07-18

Resumo


Apresentação: Este trabalho tem por objetivo caracterizar o perfil técnico-profissional dos gestores municipais da Política Nacional de Alimentação e Nutrição no Estado de Alagoas e seu envolvimento nas ações de enfrentamento da obesidade.

Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo transversal descritivo cuja coleta dos dados ocorreu entre dezembro de 2020 e setembro de 2021. Foram considerados elegíveis para a pesquisa todos os gestores municipais responsáveis pela administração dos recursos e/ou ações voltadas para a execução das ações de alimentação e nutrição e promoção da saúde na atenção primária presentes nos 102 municípios. Os gestores responderam a um formulário eletrônico semiestruturado e autoaplicável com questões sobre aspectos técnico-funcionais, como tempo de atuação na função, tipo de vínculo, tipo de atividades desenvolvidas, além de informações sobre perfil, como sexo, idade, formação.

Resultados e/ou impactos: Participaram do inquérito 59 gestores de distintos municípios. Destes, 46 municípios eram de pequeno (até 30 mil habitantes), 10 de médio (entre 30 mil e 50 mil habitantes) e 2 de grande porte (mais de 150 mil habitantes, incluindo a capital). O perfil dos gestores respondentes, independente do porte do município, foi do sexo feminino, cor parda e com formação superior em Nutrição. Mais da metade das gestoras atuavam como coordenadoras de Alimentação e Nutrição no município. O tipo de vínculo predominante encontrado foi do tipo contrato temporário (60,3%) e 75,9% tinham menos de 5 anos na função. Observou-se também que em menos da metade dos municípios havia equipe multiprofissional; no entanto, quando presentes, a categoria profissional mais frequente foi a de nutricionista (84,5%). Além disso, apenas 27% dos gestores informaram que possuíam autonomia na gestão das ações de Coordenação de Alimentação e Nutrição no município, enquanto 50% afirmaram ter parcialmente. Foi observado também que grande parte das metas relacionadas a alimentação e nutrição não estavam inseridas nos planejamentos da gestão municipal.

Considerações finais: Independente do porte do município, a predominância de vínculos frágeis e pouco tempo à frente da função são fatores que podem comprometer a implementação e sustentabilidade de ações de prevenção à obesidade e do cuidado da pessoa com obesidade. Outra potencial implicação deste cenário pode estar refletida na ausência dessas pautas nas agendas de saúde dos municípios de médio e pequeno porte, uma vez que nos municípios de grande porte as metas de alimentação e nutrição estavam inseridas nos planejamentos das secretarias de saúde. Portanto, considerando a complexidade do enfrentamento da obesidade, a melhoria na qualidade das ações de alimentação e nutrição passa pela expansão das equipes multiprofissionais na atenção primária e na qualificação das condições de trabalho, com vínculos mais sólidos e apoio da gestão central. Outro aspecto importante é a qualificação dos gestores como agente do campo político, a fim de promover as agendas de alimentação e nutrição e fortalecer o papel destas coordenações nos municípios, enfatizando a importância dessas ações de alimentação e nutrição na melhoria das condições de saúde da população.