Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Práticas exitosas para redução da sífilis gestacional nos municípios apoiados pelo Projeto Sífilis Não
Mariana Vale Francelino Sampaio, José Maria Ximenes Guimarães, Geanne Maria Costa Torres, Ednaiane Priscila de Andrade Amorim, Maria Claudia de Freitas Lima

Última alteração: 2021-12-30

Resumo


A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), que constitui sério agravo de saúde pública. Nas gestantes, a sífilis quando não tratada adequadamente pode causar complicações para o binômio mãe-filho, tais como abortamento, má formação congênita, prematuridade, entre outras. Com efeito, sua prevenção e/ou manejo clínico adequado deve ocorrer durante o pré-natal, no âmbito da atenção primária à saúde. Para ampliar o escopo de ações de controle deste agravo, o Ministério da Saúde, em parceria com a Universidade federal do Rio Grande do Norte, implementou o Projeto Sífilis Não, que é operacionalizado por meio do apoio institucional, junto aos municípios considerados prioritários devido a elevada incidência do agravo. Tem-se por objetivo identificar as estratégias implementadas pelo Projeto “Sífilis Não” que se caracterizam como práticas exitosas para redução da sífilis gestacional no Brasil. Trata-se de estudo exploratório, qualitativo, numa perspectiva crítico-reflexivo. O Projeto “Sífilis Não” foi implantado em 72 municípios, onde atuam 52 apoiadores institucionais, abrangendo os 26 estados e o Distrito Federal. Foram selecionados para este estudo 26 apoiadores, os que participaram das lives organizadas pela coordenação. As informações deste estudo foram coletadas de fontes secundárias, quais sejam as entrevistas gravadas em treze vídeos, resultantes das lives realizadas no âmbito do Projeto “Sífilis Não”, disponíveis em: https://www.youtube.com/sifilisnao. Os preceitos éticos da pesquisa foram respeitados, conforme estabelecido na Resolução nº 510/2016. Neste contexto, o apoio institucional promovido no Projeto “Sífilis Não” permitiu a ampliação e qualificação das práticas de cuidado direcionadas à redução da incidência de sífilis nos municípios, com ações no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS), configurando-se como práticas exitosas para a prevenção do agravo. Dentre tais ações destacam-se: a ampliação da oferta de testagem rápida para sífilis nas unidades básicas de saúde, sobretudo durante as consultas de planejamento familiar, pré-natal e prevenção de câncer ginecológico; a descentralização da distribuição da penicilina benzatina na APS, tratando oportunamente a gestante; a qualificação dos profissionais da APS para o manejo clínico adequado dos casos de sífilis; e, o fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica. O apoio institucional do Projeto “Sífilis Não”, implementado em todo o território brasileiro, induziu a qualificação da saúde sexual e reprodutiva, ampliou ações de prevenção e promover educação permanente dos profissionais da APS para o manejo clínico da sífilis. Nesse contexto, implementou práticas exitosas para redução da sífilis gestacional nos territórios brasileiros. Porquanto, ampliou o acesso ao diagnóstico e tratamento adequado e oportuno, nas unidades de saúde mais próximas das residências das pessoas, ampliando as conquistas para melhores condições de saúde, estabelecimento de vínculos e satisfação dos usuários.