Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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VIOLÊNCIA INTERPESSOAL NOTIFICADA NO ESPÍRITO SANTO: FREQUÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS.
EVELLYM SOUZA CORREA, Márcia Regina de Oliveira Pedroso, Franciéle Marabotti Costa Leite

Última alteração: 2021-12-20

Resumo


Evellym Souza Correa; Márcia Regina de Oliveira Pedroso; Franciéle Marabotti Costa Leite


Introdução: A violência interpessoal é aquela praticada por intermediários, contra a vítima podendo ser familiares, parceiros íntimos, amigos, conhecidos, como também desconhecidos. Ela pode, ainda, ser dividida em dois subtipos: a intrafamiliar, que ocorre entre indivíduos que possuem relações de parentesco, sendo habitualmente praticada dentro do ambiente doméstico; e a comunitária, que acontece distante das residências, pelo fato de ser entre pessoas que não se relacionam diretamente entre si, podem ou não se conhecer. Destaca-se que a violência pode resultar em danos físicos e psicológicos, afetando o desenvolvimento do indivíduo, culminando até mesmo na morte. Objetivo: identificar a frequência e os fatores associados à violência interpessoal notificada no Espírito Santo no período de 2011 a 2018. Método: Estudo do tipo transversal, onde foram analisados todos os casos de violência interpessoal notificados no estado do Espírito Santo, no período de 2011 a 2018, a partir dos dados registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). A variável dependente deste estudo é a violência interpessoal (sim/não). Como variáveis independentes: características da vítima, do agressor e da agressão. Os dados foram analisados por meio do programa STATA 14.1. Resultados: A violência interpessoal esteve prevalente em 75% das notificações analisadas. Quanto as características da vitima, observou-se predominantemente o sexo feminino (75%), a faixa etária de 20 a 59 anos (59,4%), a raça/cor sendo preta/parda (71%) e pessoas sem deficiência (90,7%). Em relação ao agressor a predominância na faixa etária entre 25 anos ou mais (68,9%) sendo do sexo masculino (82,9%), sem suspeita do uso de álcool (54,5%). O agravo ocorreu principalmente em zona urbana (90,3%), nas residências (66,6%) e sendo de repetição (54,5%). Na análise multivariada, a vítima mais prevalente esteve na faixa etária entre 0 a 9 anos (RP:1,29), de raça-cor preta/parda (RP:1,07) e sem deficiências/transtornos (RP:1,69). O agressor mais frequente está na faixa etária de 25 anos e mais (RP;1,15), sexo masculino (RP:2,09) e suspeito de usar álcool (RP:1,12). Sobre o agravo, a via pública foi o local mais prevalente (RP:1,32) e violência é frequentemente de repetição (RP:1,09). Considerações finais: Foi possível conhecer a magnitude e os fatores associados à violência interpessoal notificada no Espírito Santo no período de 2011 a 2018. Este estudo serve para subsidiar políticas e programas de prevenção e combate a este agravo. Destaca-se o papel do setor saúde e, principalmente, dos profissionais da Atenção Básica, já que estão inseridos no dia a dia das comunidades e se constituem como porta de entrada para os cuidados em saúde, por estarem mais próximos das famílias e de suas dinâmicas de funcionamento, podem detectar precocemente situações desencadeadoras de violência e situações violentas já estabelecidas. Sendo assim, é necessária a instrução dos profissionais de saúde, por meio da elaboração de protocolos de atendimento e capacitação, com o intuito de promover um atendimento de qualidade à vítima de violência.


Palavras-chave: Exposição a Violência; Violência; Epidemiologia; Notificação.