Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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FATORES ASSOCIADOS À VIOLÊNCIA RECORRENTE NO ESPÍRITO SANTO: UMA ANÁLISE DE NOTIFICAÇÕES
Gabriela Ravete Cavalcante, Franciele Leite, Marieli Garcia

Última alteração: 2021-12-20

Resumo


Gabriela Ravete Cavalcante; Marieli Thomazini Piske Garcia, Franciéle Marabotti Costa Leite

Apresentação: A temática violência se encontra presente no cotidiano de diversas pessoas, seja de maneira direta ou indireta. Visto que, essa pode ser manifestar das mais variadas formas. E a violência de repetição seria uma delas, ocorrendo quando uma vítima acaba sofrendo abuso de maneira recorrente. Ademais, por muitas vezes, a pessoa acaba convivendo com uma rotina que contém violência integrada, fazendo-a ficar presa em um ciclo crônico. Objetivo: Analisar os fatores associados a ocorrência de violência recorrente nos casos notificados no Espírito Santo no período de 2011 a 2018. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo do tipo transversal com dados do Sistema de Informação de Agravos e Notificação. A população em estudo são todos os casos notificados de violência no Espírito Santo no período de 2011 a 2018. O banco de dados para a realização desta pesquisa foi o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, através da Ficha de Notificação/Investigação de Violência Interpessoal e Autoprovocada. A análise dos dados foi realizada utilizando o Programa Stata 14.1. Foram calculadas as frequências relativas e absolutas das variáveis, e, na análise bivariada, feito o teste Qui-Quadrado de Pearson. A análise multivariada foi realizada por meio da Regressão de Poisson com variância robusta e os resultados foram expressos por meio das Razões de Prevalência (RP). Resultados: A violência recorrente no Espírito Santo se mostrou 1,54 vezes mais prevalente contra o sexo feminino. Em crianças com idade de 0 a 9 anos foi 1,29 vezes mais prevalente, juntamente com idosos de idade de 60 anos ou mais (RP: 1,25), que foram os que possuíram mais chances de serem vítimas. A presença de deficiência também se mostrou um fator 1,4 vezes mais prevalente e o local de ocorrência principal foi na zona urbana/periurbana (RP:1,10). Em relação ao agressor, ambos os sexos se mostrou ser 1,51 vezes mais prevalentes, e os com idade de 25 anos ou mais se sobressaíram (RP:1,09). Além do mais, uma grande parte desses possuíam vínculo com a vítimas, sendo 2,81 vezes mais prevalente. O número de envolvidos na hora do agravo, na maioria dos casos notificados, foi de apenas uma pessoa (RP:1,20). Sendo que ocorrer nas próprias residências das vítimas se mostrou 1,69 vezes mais prevalentes. Considerações finais: Dado o exposto, é evidente como aprofundar o estudo acerca da violência recorrente é importante, visto que essa traz diversos impactos negativos para a vida das vítimas, as quais por diversas vezes acabam presas em um ciclo de violência, o qual deve ser rompido, a fim de se evitar maiores consequências. Aliado a isso é importante que a mesma seja mais notificada e para isso é necessário um maior preparo dos profissionais da saúde.

Palavras-chave: Violência; Notificação de abuso; Reincidência; Exposição à violência.