Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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VIOLENCIA DE REPETIÇÃO CONTRA MULHERES NO ESPÍRITO SANTO: CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS
Marieli Thomazini Piske Garcia, Márcia Regina de Oliveira Pedroso, Gabriela Ravete Cavalcante, Elisa Aparecida Gomes de Souza, Franciéle Marabotti Costa Leite

Última alteração: 2022-01-19

Resumo


Apresentação: A violência contra a mulher é descrita como toda ação que atua de forma física, sexual e psicológica, efetuada de maneira prejudicial sobre um determinado indivíduo ou coletivo, podendo gerar uma lesão, dano psicológico, privações ou até morte. Pode se referir também a domínio, posse, conflito de autoridade e luta pelo poder. Objetivo: Descrever os casos de violência recorrente contra o sexo feminino no Espírito Santo, no período de 2011 a 2018. Desenvolvimento: estudo descritivo realizado com dados de notificação de violência do estado do Espírito Santo (ES). A população em estudo são todos os casos notificados de violência contra o sexo feminino no Espírito Santo no período de 2011 a 2018. O banco de dados para a realização desta pesquisa foi o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, através da Ficha de Notificação/Investigação de Violência Interpessoal e Autoprovocada. A análise aconteceu no Programa Stata 14.1. Foram calculadas frequências relativas e absolutas das variáveis, e, na análise bivariada feito o teste Qui-Quadrado de Pearson.  Resultados: No período de 2011 a 2018 a caracterização das vítimas, evidencia que cerca de 71% estão na faixa etária adulta (20 a 59 anos), 68,1% na raça/cor preta/parda, 82,1% sem deficiência ou transtorno, e, aproximadamente 92% residentes da área urbana. Quanto ao agressor, cerca de 67% têm mais de 25 anos e são do sexo masculino. Nota-se que 98,2% dos agressores são conhecidos da vítima, 58% sem suspeita de uso de álcool durante a agressão, e, em 90% a agressão foi cometida por uma pessoa. A residência foi o espaço de maior ocorrência da recorrência da violência recorrente (85%), e, em 87% dos casos houve encaminhamento. Na análise bivariada, percebe-se que a recorrência da violência esteve relacionada às seguintes características da vítima: faixa etária de 20 a 59 anos, com 61% (IC 60,2-61,8), deficiência/transtorno em 74,3% (IC 72,6-75,9) e zona de residência urbana/periurbana com 59% (IC 58,3-59,7). No que tange às características do agressor, observa-se uma relação com todas as variáveis em estudo, sendo o sexo do agressor em ambos, com 64,6% (IC 60,7-68,4), vínculo com a vítima conhecido em 66% (IC 65,2-66,8), com suspeita de uso de álcool em 64,1% (IC 62,9-65,3). Quanto ao evento, a violência recorrente esteve relacionada ao número de envolvidos e local de ocorrência, sendo com uma pessoa envolvida em 60,9% (IC 60,2-61,6), e a residência como o local de ocorrência em 65,7% (IC 64,9-66,4). Considerações finais: Este trabalho descreve as características da violência de repetição contra mulheres através das notificações realizadas pelos profissionais de saúde. Destaca-se a importância da notificação adequada, pois esta permite conhecer o perfil da violência, visando, assim, à prevenção e ao planejamento da assistência de qualidade às vítimas.

Palavras-chaves: Violência; Reincidência; Violência contra mulher; Notificação de abuso