Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA COMO INSTRUMENTO DO CUIDADO AOS HIPERTENSOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
GEANNE MARIA COSTA TORRES, INÊS DOLORES TELES FIGUEIREDO, JOSÉ AURICÉLIO BERNARDO CÂNDIDO, ANA PAULA RIBEIRO DE CASTRO, ANA PATRÍCIA PEREIRA MORAIS, ANTONIO GERMANE ALVES PINTO, JOSÉ MARIA XIMENES GUIMARÃES, MARIA IRISMAR DE ALMEIDA

Última alteração: 2021-12-18

Resumo


Como instrumento, a comunicação faz parte do processo de trabalho dos profissionais de saúde, funcionando como uma ferramenta que veicula informações, valores e emoções, sendo substancial no saber-fazer profissional. Assim, a comunicação instrumentaliza os profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) na ajuda terapêutica junto aos hipertensos, contribuindo na sua autonomização e na corresposanbilização do cuidado imprescindível à saúde. Neste contexto, objetiva-se analisar a comunicação terapêutica como instrumento do cuidado com pessoas hipertensas na APS. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, cujos dados foram coletados por meio da observação sistemática não participante, utilizando-se como instrumento um checklist contendo os grupamentos das estratégias de comunicação terapêutica: expressão, clarificação e validação, subsidiado por um diário de campo para registro de outras informações relevantes à pesquisa. Participaram 14 hipertensos e dois profissionais da Atenção Primária à Saúde. A coleta de dados foi realizada em uma equipe da Saúde da Família, em um município do interior do Estado do Ceará, durante as consultas médicas e de Enfermagem, de abril a maio de 2016, sendo interpretados pela Análise de Conteúdo de Bardin. Ao preconizar a ética em pesquisa, os hipertensos foram representados por emoções e sentimentos, como alegria, leveza, preocupação, dentre outros, conforme as condições que se encontravam no momento das consultas. Os profissionais foram identificados pelo uso das siglas (E - Enfermeiro) e (M - Médico). A pesquisa foi realizada mediante parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa, sob o n° 1.506.165/2016. As observações retratam momentos de expressão, clarificação e validação que simbolizam a interação interpessoal e o elo no cuidado à saúde. Além disso, percebeu-se elementos que fortalecem o relacionamento terapêutico, permitindo maior interação profissional de saúde-hipertenso que favorece, positivamente, no tratamento e no cuidado desses usuários, mas os profissionais de saúde ainda precisam se apropriar das técnicas de comunicação terapêutica para compreender os significados expressados nas relações dialógicas e nos encontros nos distintos espaços do cuidar. Evidenciou-se existir um hiato entre a comunicação terapêutica na produção do cuidado aos hipertensos, devido a utilização deficitária das estratégias de comunicação terapêutica pelos profissionais de saúde, comprometendo a abertura de espaços que possibilitam identificar as necessidades multidimensionais dos hipertensos. Observou-se uma comunicação clara e compreensível entre os sujeitos envolvidos no processo comunicacional. No entanto, os profissionais de saúde trafegam por caminhos pouco explorados em relação ao uso das técnicas de comunicação terapêutica, necessitando, desenvolver habilidades para empregá-las, adequadamente, junto aos hipertensos. Diante disso, necessário se faz revitalizar as práticas do cuidado e tonificar o trabalho da equipe, produzindo mudanças nos sujeitos e nas questões alusivas as trocas comunicacionais. O reconhecimento da importância da comunicação terapêutica potencializa o atuar e o fazer na saúde.