Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
VIOLÊNCIA FINANCEIRA NO ESPÍRITO SANTO NO PERÍODO DE 2011 A 2018: CARACTERIZAÇÃO DAS NOTIFICAÇÕES
Elisa Aparecida Gomes Souza, Gracielle Karla Pampolim Abreu, Fabio Lucio Tavares, Franciéle Marabotti Costa Leite

Última alteração: 2022-02-23

Resumo


Apresentação: A violência financeira é entendida como o ato de violência que provoca perda, destruição, retenção, subtração de objetos, recursos financeiros ou bens patrimoniais, podendo ser definida igualmente como violência financeira/econômica ou patrimonial. Para mais, ocorre principalmente no meio intrafamiliar contra mulheres, idosos e pessoas com deficiência. Objetivo: Descrever a ocorrência de violência financeira quanto às características das vítimas, dos agressores e do evento, a partir dos casos notificados no período de 2011 a 2018 no Espírito Santo. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo com dados secundários. Os dados para a realização dessa pesquisa foram ofertados pela Secretaria do Estado do Espírito Santo e compõe o banco de dados onde há todos os casos notificados de violência por meio da ficha de Notificação/Investigação de Violência Interpessoal e Autoprovocada do Sistema de Informação de Agravos Notificáveis (SINAN). Esses dados coletados passaram por um processo de qualificação, conforme orientações do Instrutivo de Notificações de Violência Interpessoal e Autoprovocada, tal como por uma análise e tratamento no qual foram calculadas as frequências absolutas e relativas e os intervalos de confiança (95%) através do Software Stata 14.1. Resultados: A violência financeira foi mais prevalente entre pessoas do sexo feminino (72,1%), de faixa etária 60 anos ou mais (65,6%), com raça/cor preta/parda (60%) e, sem deficiência (67,9%). Quanto ao agressor, as maiores prevalências foram no sexo masculino (68,3%), filhos (35,1%), ou parceiros (atual ou ex) da vítima (28,1%) e com suspeita de uso de álcool (55,8%). O número de envolvidos foi de dois ou mais (93,1%), o histórico de repetição foi frequente (94,6%) e 76,7% dos casos foram encaminhados a outros setores. Considerações finais: Nota-se que a violência financeira é um agravo de importante notificação e que deve ser mais discutido e disseminado na sociedade a fim de levar à consciência sobre essa situação de violência aos públicos vitimados com o intuito de fazê-los denunciar os seus agressores e entender a circunstância e para mais de induzir novas estratégias, ações e políticas públicas voltadas para a diminuição da incidência no Espírito Santo.

Descritores: Exposição à violência, Notificação, Epidemiologia, Violência.