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Introdução: a negligência pode ser definida como a ausência de cuidados ao indivíduo, que abrange um conjunto de necessidades, como saúde e assistência da família. Dessa forma, a vítima torna-se desatendida no que tange seu crescimento integral como um membro da sociedade. Objetivo: analisar os casos de negligência notificados no Espírito Santo no período de 2011 a 2018. Métodos: trata-se de um estudo epidemiológico de caráter transversal analítico com base nos dados notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) entre o período de 2011 a 2018. Sendo a variável dependente a Negligência e as variáveis independentes as características da vítima, do agressor e da agressão. Na análise, realizou-se teste qui-quadrado de Pearson e a associação foi apresentada por razão de prevalências (RP) e intervalo de confiança de 95% (IC95%). Resultados: foi observada a associação significativa dos casos de negligência com as seguintes variáveis da vítima: ser do sexo masculino (RP = 1,52; IC95%: 1,38 – 1,67); ter faixa etária entre 0 a 9 anos (RP = 89,30; IC95%: 69,95 – 114,01), 10 a 19 anos (RP = 7,41; IC95%: 5,61 – 9,78) e 60 anos e mais (RP = 40,02; IC95%: 30,50 – 52,52); com deficiências/transtornos (RP = 2,25; IC95%: 1,98 – 2,56); e residir em área urbana/periurbana (RP = 1,40; IC95%: 1,17 – 1,68). Enquanto as variáveis do agressor associadas a maior ocorrência de casos de negligência foram: ter faixa etária entre 25 anos e mais (RP = 1,32; IC95%: 1,07 – 1,62); ser do sexo feminino (RP = 6,10; IC95%: 4,70 – 7,92) e ambos os sexos (RP = 5,29; IC95%: 3,72 – 7,51); ser pai/mãe/padrasto/madrasta/ambos os pais (RP = 3,51; IC95%: 2,63 – 4,69) e filho (RP = 2,09; IC95%: 1,55 – 2,82); ter dois ou mais envolvidos (RP = 2,04; IC95%: 1,57 – 2,66); ter ocorrido na residência (RP = 1,40; IC95%: 1,08 – 1,81) e ser violência de repetição (RP = 1,23; IC95%: 1,03 – 1,47). Conclusão: a negligência associa-se a determinadas características da vítima, do agressor e da agressão. Dessa maneira, se faz necessário que os profissionais de saúde estejam sensíveis a essas características e busquem elaborar estratégias de enfrentamento a negligência de populações com exposições já conhecidas a tais fatores de risco.