Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2021-12-17
Resumo
Apresentação: A pandemia do novo coronavírus decretada em fevereiro de 2020 pela Organização Mundial da Saúde mobilizou o mundo, transformou os serviços de saúde e os hábitos da sociedade. Nesse contexto, é necessário analisar como a população dos territórios de abrangência da Atenção Primária à Saúde percebe e traduz em práticas do cotidiano nos âmbitos individual, familiar e coletivo as medidas de prevenção e controle da COVID-19. Este trabalho é um recorte de um estudo multicêntrico de abordagem quanti-qualitativa, transversal, envolvendo as Instituições de Ensino e Pesquisa que compõem o Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE/MPSF) da Fundação Oswaldo Cruz e Associação Brasileira de Saúde Coletiva.
Desenvolvimento do trabalho: Os dados foram coletados no 1º semestre de 2021, em uma Unidade Básica de Saúde da Família localizada na região administrativa de Sobradinho, no Distrito Federal. Participaram do estudo 53 usuários moradores da área de abrangência, a partir do preenchimento de um questionário eletrônico estruturado e autoaplicável, seguido da análise das questões abertas apresentadas de forma descritiva. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado de Amazonas sob o CAAE: 37269320.4.1001.5016.
Resultados: Os participantes do sexo feminino corresponderam a 84% do universo amostral, contra 16% do masculino e a faixa etária variou com predomínio de 40 a 50 anos (56%). No tocante à escolaridade, 26% possuem nível superior completo, 37%, pós-graduação. Dos respondentes, 37% são SUS dependentes. Acerca do questionamento sobre como a pandemia do coronavírus afetou a ocupação/trabalho, 15% dos participantes relataram ter perdido o emprego; 79% continuaram trabalhando e 6% não trabalhavam antes e continuaram sem trabalhar. Após preenchimento de questionário eletrônico, os participantes receberam um inquérito, no qual deveriam dissertar acerca das informações recebidas a respeito do coronavírus. No total 28 questionários foram respondidos. Destes, 90% afirmaram adotar medidas como lavagem frequente das mãos, uso de álcool gel, isolamento parcial e uso de máscara ao sair de casa. 10% dos participantes citaram a vacinação como uma medida eficaz. Do total de participantes, 72% receberam cuidados ou orientações dos serviços de saúde, contrastando com 28% que não as receberam. 71% referiram que o coronavírus mudou suas vidas acerca de questões como o uso de máscaras, cuidados de higiene das mãos com álcool em gel e distanciamento social e familiar. Outros 19% referem mudanças relacionadas ao aumento do quadro de ansiedade, estresse familiar (fator emocional), perda de emprego e interrupção dos estudos.
Considerações finais: Durante uma pandemia de proporções mundiais, é necessário mantermos o foco no papel participativo da Atenção Primária à Saúde junto à comunidade, envolvendo-a no processo de pesquisa e da educação em saúde. Para isso, faz-se necessária uma construção dialogada com diretrizes e recomendações, adequadas e convergentes ao contexto social, econômico e cultural dos diversos atores e grupos envolvidos.
Palavras-chave: COVID-19, Saúde da Família, Atenção Primária à Saúde.