Palavras-chave: Doenças respiratórias; Saúde da criança; Levantamentos epidemiológicos; Fatores socioeconômicos. Introdução: as infecções respiratórias agudas (IRA) em crianças com até cinco anos de vida continuam sendo um relevante problema na saúde pública do Brasil, dado que os seus agravos estão relacionados diretamente com os índices de mortalidade na infância em diversas regiões do país, em especial aquelas localidades que possuem indicadores socioeconômicos mais baixos. Desse modo, conhecer e correlacionar os diversos fatores que potencializam o surgimento e as manifestações dessas enfermidades, bem como as regiões onde elas predominam, é fundamental para criação de novas metodologias, que além de mitigar as manifestações clínicas, também previnam a ocorrência de novos casos. Objetivo: comparar a ocorrência de morte por IRA em crianças com até cinco anos, entre as regiões do Brasil no ano de 2010, além de conhecer o panorama nacional referente aos condicionantes socioeconômicos e ambientais, apontados na literatura e nos estudos brasileiros publicados entre 1990 e 2010, nos quais apresentam os fatores de risco associados à IRA na primeira infância. Métodos: Foi realizada uma análise exploratória dos óbitos em menores de 05 anos de idade nas cinco regiões do território brasileiro no ano de 2010, utilizando o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Datasus e as informações da população referente ao Censo de 2010.  Os dados foram organizados em planilhas do Excel, e posteriormente foi calculado o coeficiente de mortalidade por causa específica (códigos 073-77 da CID-10): Doenças do aparelho respiratório. Realizou-se também buscas de artigos científicos nas plataformas de pesquisa Biblioteca Virtual de Saúde, com vista a construirmos o embasamento teórico. Resultados: Os principais fatores encontrados que potencializam o risco de contaminação para a faixa etária em questão estão relacionados às condições socioeconômicas e ambientais, tais como: baixa qualidade do ar, clima seco, altas temperaturas, contato frequente com outros indivíduos, desnutrição, e o desmame precoce. Nesse contexto, em 2010, foi verificado que os maiores coeficientes estão presentes nas regiões Nordeste e Sudeste do país, com 13,45 e 11,03 mortes por IRA a cada 100.000 crianças dentro da faixa etária pesquisada, respectivamente. Além disso, foi calculado o indicador de proporção de óbitos por infecção respiratória aguda em menores de 5 anos de idade, sendo verificado os maiores números nas regiões Norte e Nordeste, com 8,71% e 8,47%, nessa ordem. Considerações finais: As razões mais relevantes para os resultados encontrados são: a pobreza e seus respectivos agravantes, além da falta de acesso aos recursos básicos pelo estado - saneamento básico, moradias precárias e escolaridade, dificuldade de acesso ao sistema de saúde e má condução médica desses casos, dando ênfase para a região Nordeste que se encontrou em ambas as análises realizadas. Portanto, é recomendado a criação de políticas públicas, a fim de reduzir as mortes por ocorrência de IRAs, bem como a promoção de ações socioeducativas, visando o cuidado integral à criança e sua família, como também, o auxílio financeiro, mediante a inclusão de famílias de baixa renda em programas de inclusão social.