Apresentação: Atualmente, observa-se o desperdício de medicamentos pela população devido à falta de supervisão e mensuração das quantidades de medicamentos, muitas vezes em excesso, disponíveis na residência do paciente. As farmácias das Unidades Básicas de Saúde (UBS) recebem por mês um alto número de descarte de medicamentos pela população, principalmente, devido ao vencimento. Soma-se a esse cenário os pacientes em uso de polifarmácia, os quais são os maiores consumidores de medicamentos e devem ter atenção quanto a sua segurança, garantindo que o tratamento traga mais benefícios do que riscos. A polifarmácia é muito associada a desfechos negativos para o paciente e impacto para o sistema de saúde.

Desenvolvimento do trabalho: O projeto foi realizado com metodologia Lean Six Sigma, com objetivo de reduzir em 50% o número de medicamentos desprezados pela população e a perda financeira. De julho a setembro de 2018, foram realizadas 331 visitas domiciliares para análise do perfil, em seguida prosseguiu-se a intervenção com 103 pacientes, onde se mediu a quantia de medicamentos desprezados antes e após efetuar as ações. Dentre as ações, houve destaque para as visitas domiciliares aos pacientes em uso de polifarmácia, ações educativas (farmacêuticas e ambientais), fracionamento de medicamentos e treinamento dos profissionais.

Resultados e/ou impactos: Intervenção com 103 pacientes, onde se mediu a quantia de medicamentos desprezados antes e após efetuar as ações. Para que todos os pacientes em uso de polifarmácia das 13 UBS sejam atendidos uma vez ao ano pelo farmacêutico, projeta-se a necessidade de contratar 6 farmacêuticos exclusivos para a clínica, com custo de R$545.018/ano. Mesmo assim, ainda é possível ter uma projeção de saving anual de R$213.466,00 para as 13 UBS. Fazendo a projeção para todas as UBS do município de São Paulo, o saving anual é de R$9.127.750,00.

Considerações finais: Além da redução de recurso público financeiro, é possível sugerir outros ganhos não medidos, como sustentabilidade, redução da poluição ambiental, melhora na adesão da terapia pelo paciente, redução de automedicação e do risco de usar medicamentos vencidos, aumento da segurança terapêutica e potencialização da assistência farmacêutica integrada ao cuidado em saúde.