Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PROJETO “SÍFILIS NÃO”: ANÁLISE DAS AÇÕES DO EIXO EDUCOMUNICAÇÃO PARA REDUÇÃO DA SÍFILIS NO BRASIL
Geanne Maria Costa Torres, Ednaiane Priscila de Andrade Amorim, Mariana Vale Francelino Sampaio, Inês Dolores Teles Figueiredo, Carlos Garcia Filho, Maria Cláudia de Freitas Lima, JOSÉ MARIA XIMENES GUIMARÃES

Última alteração: 2021-12-22

Resumo


A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível antiga, com diagnóstico e tratamento disponível praticamente em todo território brasileiro. Contudo, ainda persiste como sério agravo de saúde pública. No seu enfrentamento, tem-se observadas distintas propostas do Ministério da Saúde, como o Projeto Interfederativo de Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção, denominado Projeto “Sífilis Não”. Sua implementação requer a cooperação interfederativa com ações em quatro eixos de intervenção: vigilância, gestão e governança, cuidado integral e educomunicação. O eixo educomunicação prever o desenvolvimento de ações de educação em saúde/educação permanente e divulgação de informações, inclusive pelas mídias digitais. Objetiva-se analisar potencialidades e desafios da educomunicação, na perspectiva dos apoiadores do Projeto “Sífilis Não” no Brasil. Trata-se de estudo avaliativo, qualitativo, numa perspectiva crítico-reflexivo, cujo objeto de análise é o eixo educomunicação do Projeto “Sífilis Não”, em curso no Brasil desde 2018. É implementado em 72 municípios, considerados prioritários pela elevada incidência de sífilis, envolvendo capitais e regiões metropolitanas. Com efeito, abrange os 26 estados e o Distrito Federal. Participaram deste estudo 26 apoiadores institucionais do Projeto. As informações foram apreendidas dos vídeos gravados das lives realizadas no âmbito do Projeto “Sífilis Não”, disponíveis em sítio eletrônico (https://www.youtube.com/sifilisnao), sendo transcritas na integra e analisadas com base na análise de conteúdo dirigida. Os preceitos éticos da pesquisa foram respeitados, considerando-se a dispensa de submissão ao Comitê de Ética, conforme Resolução nº 510/2016. Revelam-se como potencialidades na comunicação as distintas estratégias de divulgação de informações sobre a prevenção e tratamento da sífilis, com o desenvolvimento de campanhas nacionais e locais, o uso de redes sociais mediadas pela internet e palestras nos distintos serviços e espaços públicos existentes nos territórios dos apoiadores. Nas campanhas, evidencia-se o lançamento da Campanha Digital com uso totens e cards digitais, vídeos educativos, podcast, panfletos, ações educativas em massa e mídia na TV, disseminando informações sobre a doença, prevenção e tratamento. Destaca-se a importância das parcerias com Conselhos Municipais de Secretários de Saúde (COSEMS), Ministério Público, Conselhos de Classe (Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Farmácia, Odontologia), Secretarias Municipais, entre outras para fortalecimento das ações desenvolvidas pelos apoiadores nos territórios, sobretudo na qualificação do diagnóstico e tratamento, além da educação em saúde junto à população. Dentre os desafios destacam: fragmentação nos serviços, desarticulação entre secretarias e COVID-19, que levou a paralisação de muitos serviços de saúde, em especial, Atenção Básica. O apoio institucional do Projeto “Sífilis Não” implementou estratégias do eixo educomunicação potentes nos territórios brasileiros, como campanhas digitais, ações educativas e educação permanente, tendo apoio de instituições que contribuíram para subsidiar o fazer profissional, esclarecendo e orientando a população sobre a doença, prevenção e tratamento, além de desafios impostos pela pandemia COVID-19. As experiências relatadas nas lives pelos apoiadores do Projeto “Sífilis Não” vêm contribuindo para fortalecer as ações de prevenção do agravo e de promoção da saúde sexual e reprodutiva nos territórios brasileiros.