Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Representação por indicadores do impacto da cadeia produtiva do algodão na saúde humana e ambiental nos territórios indígenas na bacia do Juruena.
MONALISA ROCHA DE CAMPOS CHAVES, Aparecida Fátima Camila Reis, Maelison Silva Neves, Jorge Mesquita Huet Machado, Mariana Rosa Soares, Marcia Leopoldina Montanari Corrêa, Luís Henrique da Costa Leão

Última alteração: 2021-12-20

Resumo


A realização da oficina de cartografia deu-se no âmbito do projeto de pesquisa  “Do Campo ao Corpo”, realizado pelo NEAST/ UFMT em parceria com a Operação Amazônia Nativa (OPAN) Campo. O projeto avalia o impacto da cadeia produtiva do algodão na saúde humana e ambiental nos territórios indígenas na bacia do Juruena no estado de Mato Grosso. Nesse sentido,  a oficina de cartografia teve por objetivo subsidiar a construção de indicadores que permitissem representação cartográfica dos processos investigados.  Por conta das necessidades de prevenção da transmissão do vírus SARS COV 2,  a oficina foi organizada e estruturada por meio de tecnologias digitais, ocorrendo totalmente “on line” pela Plataforma Google Meet. A programação visou a produção de sínteses sobre as territorialidades e fronteiras dos modos de vida para a construção de indicadores e cartografia das contradições, interações e tensões da territorialização do agronegócio e dos povos indígenas na região do Vale do Juruena, considerando, o território usado pelos povos indígenas, o território usado pelo agronegócio e a interação. Ao longo da programação, as  temáticas foram abordadas em blocos e a partir de uma questão debatedora foi dialogado entre os pares as evidências para a construção da cartografia.  Teve-se discussões sobre o modelo de desenvolvimento nos territórios indígenas e a influência do agronegócio no modo de reprodução social e exploração do trabalho, assim como discussões no sentido de organizar um olhar diante de dados empíricos das ameaças do agronegócio, da insegurança e soberania alimentar. Também teve a discussão sobre as escalas de análises dos territórios indígenas, sobre as políticas públicas e sobre os possíveis indicadores a serem construídos, visando a adequação, no que os participantes chamaram de Índice de Territórios Saudáveis e Sustentáveis Resiliência Indígena no Mato Grosso (ITSS – RI). Participaram da Oficina de Cartografia membros e colaboradores do projeto do Campo ao Corpo. Considera-se que a oficina de Cartografia possibilitou iniciar o processo de criação de um material cartográfico que tem por objetivo produzir informações sobre as pesquisas realizadas pelo grupo, as formas de representação dos impactos da cadeia produtiva do algodão (mapas, esquemas, tabelas, entre outros). Para a escala de análise, optou-se por comparar os territórios indígenas versus agronegócio por regiões de saúde e blocos de municípios com e sem áreas indígenas, bem como a comparação com outros estados brasileiros. Para além dos indicadores levantados como quantidade de produção, área colhida, consumo de agrotóxicos, levantou-se a representação do processo de trabalho. Também proporcionou aos participantes retomar discussões importantes como as pressões e resiliências que vem sendo expressas no território do vale do Juruena. Como resultados da oficina surgiu a importância de acrescentar o indicador água (ex.quantidade de água utilizada pelo agro na região do vale do Juruena, etc.), também foi enfatizado a importância do indicador da saúde mental. Discutiu-se a possibilidade de produção de um texto de territorialização. Mesmo sendo realizada virtualmente devido a pandemia, foi possível a troca de conhecimento entres os participantes para a contribuição do cartografar.