Este trabalho é um recorte do trabalho final de conclusão do curso de pós-graduação em saúde coletiva, em nível de mestrado, da autora. Através da narrativa de caso observado buscaremos refletir sobre o entendimento do que é ser um bom profissional sob a ótica da população, ampliando o debate entre nós, profissionais de saúde. Sigamos para o relato: “Sentada em uma cadeira na recepção, ao lado de duas senhoras, que aguardavam notícias de suas parentes, que estavam na maternidade e tinham sido encaminhadas ao Centro Cirúrgico Obstétrico, para terem seus bebês, escuto o seguinte comentário: Hoje é dia de um médico baixinho. Ele que fez o parto da minha outra filha. Ele é muito bom! Ele é muito atencioso!”. O ser bom nos pareceu estar associado ao ser atencioso, não sendo, nesta fala, levado em consideração sua competência na avaliação clínica, contudo, se por um lado o ser bom nos pareceu estar relacionado à possibilidade e agilidade em responder aos sintomas apresentados como demandas pelas mulheres, por outro lado há um entendimento que o ‘ser bom’ é algo que valoriza as posturas dos profissionais.  Por fim, nos parece haver uma contradição posta no jogo de acontecimentos das práticas de cuidados, por vezes percebemos profissionais de saúde, muitas das vezes, com o olhar focado na queixa apresentada pelos sujeitos, se posicionando somente perante a esta questão, por outro lado, temos a  população que reconhece este mesmo profissional como sendo bom profissional não frente a uma adequada atuação a demanda clínica, mas quando é atencioso. Por fim, buscamos com este relato trazer a reflexão sobre práticas de cuidado de profissionais de saúde frente a população.