Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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APLICAÇÃO DO ARCO DE MAGUEREZ NA PRODUÇÃO E REGISTROS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE PELOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Bianca de Araújo, Gabriela Coelho, Lucas Salvador do Nascimento, Francisco Thalyson Moraes Silveira

Última alteração: 2021-12-27

Resumo


INTRODUÇÃO: A informação possui um papel estratégico dentro dos processos de tomada de decisão, no entanto, é possível observar a existência de diversas dificuldades em acessar e tratar os dados de forma adequada, disponibilizando informações necessárias no processo de trabalho em saúde. Os sistemas de informações em saúde objetivam processar, armazenar, coletar e disseminar dados, auxiliando a gestão e possibilitando o aprimoramento das ações por ela desenvolvidas, uma vez que são capazes de oferecer suporte ao processo decisório em saúde. A falta de capacitação profissional também é outro fator, o qual contribui para  atitudes negativas frente à máquina, que são o medo e a resistência. Para lidar com a resistência dos profissionais de saúde no uso dos sistemas, existem sugestões de ações práticas a serem desenvolvidas, são elas: persuadir por meio da divulgação dos objetivos do sistema; obter a participação do profissional em todas as etapas de inserção do sistema; analisar a cultura organizacional antes de introduzir o sistema; adequar o sistema às rotinas de trabalho; reestruturar o relacionamento entre o profissional e a tecnologia gerando a percepção de que a tecnologia não interferirá na autonomia. O Sistema de Informação da Atenção Básica – SIAB é territorializado, cujos dados são coletados pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e consolidados por profissionais da Equipe de Saúde da Família (ESF). As informações são coletadas em âmbito domiciliar nas áreas adscritas, e o fato de a coleta de dados referirem-se a populações bem delimitadas geograficamente possibilita a construção de indicadores populacionais, os quais podem ser agregados em diversos níveis . No Brasil como um todo, gera a necessidade de treinamento dos profissionais que trabalham com um sistema online. Este estudo teve como objetivo descrever a experiência de educação permanente com os ACS para inserção de dados no SIAB, bem como analisar os dados, permitindo a possibilidade de um reconhecimento precoce das dificuldades e fragilidades, para apoio ao aprimoramento das capacitações dos profissionais da ESF. MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência de acadêmicos de medicina da Universidade Nilton Lins (UNL) com a utilização do Arco de Maguerez . Utilizou-se da metodologia ativa, aplicada durante o desenvolvimento das atividades no cenário de práticas da ESF L-156, inserida na Unidade de Saúde da Família Gebes de Medeiros,  localizada na Zona Leste da cidade de Manaus, Amazonas. Os participantes dessa atividade foram três acadêmicos de medicina, três ACS, o que representam três microáreas do território, e o enfermeiro da equipe. O desenvolvimento ocorreu no período entre maio e junho de 2019. Foram realizadas 6 reuniões semanais, analisou-se o número de cadastros domiciliares do território e inconsistências no E-SUS nos dias de Agenda Programada de Saúde do enfermeiro. Na primeira reunião foi realizada orientação coletiva com a equipe para informações a respeito das mudanças no processo de trabalho. Na segunda foi apresentado o primeiro relatório operacional com dados do sistema para identificação dos cadastros e inconsistências constatando que a microárea (MA) 02 apresentou 150 cadastros, e 72 inconsistências, já a MA03 obteve 30 cadastros e 38 inconstências e na MA04 alcançou valores iguais de cadastros e inconsistências (8). Sendo assim, a MA02 foi a que realizou mais cadastros, a MA04 menos e a MA03 mais inconsistências em relação aos cadastros realizados no território. Na terceira reunião realizou-se treinamento do preenchimento correto da ficha de cadastro domiciliar e individual e apresentação do Manual de correção de erros no cadastro territorial do e-SUS, bem como considerações a serem observadas em relação aos cadastros individuais e domiciliares. Na quarta reunião foi apresentado outro relatório operacional para verificação de mudanças no número de cadastros e inconsistências e evidenciou-se que a MA02 apresentou 180 cadastros e 80 inconsistências, já a MA03 obteve 38 cadastros e 30 inconstências e na MA04 alcançou 18 cadastros e 05 inconsistências. Sendo assim, a MA02 continua sendo a que realizou mais cadastros, a MA04 menos e a MA03 aumenta a quantidade de cadastros. Na quinta reunião o enfermeiro realizou correção de inconsistência com os ACS de forma  individual e diretamente no sistema operacional. Na última reunião foi apresentado novo relatório e orientação coletiva em relação ao processo de trabalho. Esse útimo relatório envidenciou que a MA02 apresentou 180 cadastros e 80 inconsistências, a MA03 obteve 39 cadastros e 10 inconsistências e a MA04 atingiu 19 cadastros e 01 inconsistência. Ou seja, a MA02 manteve os seus resultados, a M03 e 04 progrediram diminuindo as inconsistências e aumentando os cadastros. Materiais utilizados foram: fichas de cadastro domiciliar e individual, 01 computador com acesso à internet e manual de correção de erros no cadastro territorial. RESULTADOS: Esta atividade foi desenvolvida pelos acadêmicos, que assumiram o protagonismo do seu aprendizado, com apoio da gestão da unidade. Que atuaram no desenvolvimento e agendamento das ações e será apresentado de acordo com as etapas desenvolvidas no Arco de Maguerez. Observação da realidade: Diante do cenário de práticas despertou a atenção o seguinte fato: a falta de treinamento para o registro de dados no sistema de informação de saúde (e-SUS), justificado pelos relatórios operacionais dos cadastros domiciliares e individuais realizados pelo enfermeiro da Estratégia Saúde da Família 156. A observação ocorreu durante a primeira e segunda reunião em que foi realizada orientação coletiva e em seguida impressão do primeiro relatório operacional. Palavras – Chave: Pontos chave foram levantados e problematizados sobre a necessidade de realizar um treinamento e supervisão contínua a respeito dos cadastros do território da equipe 156. A partir de então, alguns questionamentos emergiram: Qual a influência da falta de treinamento para o registro de dados no e-SUS? Qual o papel do enfermeiro neste processo? Teorização: Procurou-se refletir sobre os fatores e a situação problema, o que levou a busca de fontes para a análise e reflexão dos pontos-chave. Percebe-se a relevância da discussão sobre os registros no e-SUS, pois essa fonte de informação direciona de forma mais palpável as ações de saúde. Mais ainda, quando o sistema é utilizado de forma adequada, também pode promover a redução da dependência de papéis, principalmente, quando pode contar com um aparato tecnológico capaz de converter para a forma eletrônica as informações necessárias para o processo de trabalho, promovendo melhorias na atuação dos profissionais da saúde e, ainda, gerando redução de custos para a gestão. Logo, a informação é capaz de promover a aceleração do processo de identificação de problemas e de potencializar a resolubilidade das situações que venham a se apresentar, nos mais diversificados cenários É importante ressaltar que a contribuição do trabalho em equipe na ESF é relacionada ao compartilhamento de informações, motivado pelo esclarecimento de dúvidas. Hipótese de Solução: Supervisionar os registros no e-SUS semanalmente e treinar os ACS para correção das inconsistências no sistema; Realizar orientações coletivas a respeito do processo de trabalho diariamente. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Verificou-se que a supervisão semanal e a realização de treinamento para inserção e correção de inconsistências pelos acadêmicos sob a supervisão do enfermeiro aos ACS aumentou o número de cadastros domiciliares no território e houve diminuição no número de inconsistências.