A política de Educação Permanente em Saúde (EPS) se configura como uma importante estratégia no processo de consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), e um potente caminho para fomentar transformações nos processos de trabalho e nos modos de gerir. Dessa forma, objetivou-se por esse estudo compreender as concepções dos profissionais da gestão e dos serviços acerca da EPS, bem como seus entendimentos acerca dos desafios existentes para a efetivação da política, assim como sobre as possíveis propostas de fortalecimento da mesma. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, a qual teve como instrumento de coleta os grupos focais. Os dados provenientes desses grupos, foram submetidos a uma análise lexical do tipo Classificação Hierárquica Descendente, a partir do software Iramuteq. Obteve-se como resultado quatro classes distintas: 1-EPS: entendimentos e expectativas, 2-Entraves à EPS, 3-ETSUS e EPS por meio de cursos e capacitações e 4-Dispositivos de EPS: potencialidades e desafios. Nos resultados, compareceu os equívocos de entendimentos sobre Educação Permanente, principalmente no que tange sua confusão com o conceito de Educação Continuada. Discutiu-se também os reflexos da falta de entendimento da política nas práticas. Por consequência, também observou-se uma centralidade em um único órgão - Escola Técnica do SUS -, ou ator social. Os resultados também reforçam a importância da relação da gestão com o processo de EPS, bem como a participação de todos os atores envolvidos no trabalho em saúde no processo formativo. Além disso, discute-se acerca dos potentes dispositivos de EPS presentes, tal como o matriciamento, Nasf, colegiado gestor, entre outros.