Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2021-12-20
Resumo
A pandemia da COVID-19 tem sido uma realidade mundial há aproximadamente dois anos e tem trazido muitos desafios tanto para quem é infectado pelo SarsCov-2, quanto para quem precisa lidar cotidianamente com as pessoas doentes, como é o caso dos trabalhadores da saúde. Diante de tamanha incerteza sobre a COVID 19, representada pelo risco de contágio, sequelas da doença, inexistência de vacinas, óbitos, colapso dos sistemas de saúde entre outros, percebeu-se o adoecimento mental e físico daqueles que lidavam diretamente com o desconhecido em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do interior do estado do Ceará. Aliado a uma iniciativa de uma disciplina do Mestrado Profissional em Saúde da Família, da Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família (Renasf), que propunha uma prática educativa na comunidade, realizou-se uma intervenção em saúde com o objetivo de ofertar informações que contribuíssem para diminuir as repercussões negativas da COVID-19 nos profissionais de saúde. Participaram dessa intervenção, o profissional médico, o fisioterapeuta, a nutricionista e o psicólogo os quais disponibilizaram informações, de forma clara, por meio de ferramentas audiovisuais postadas individualmente a cada dois dias através de um grupo virtual de relacionamento, já existente na unidade. Esse grupo era composto por 27 participantes que trabalhavam na UBS, dentre eles, agentes comunitários de saúde, técnicos de enfermagem, enfermeiros, bioquímicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas e médicos. Havia 03 equipes de saúde da família na unidade de saúde e boa parte deles estavam no grupo descrito. Dessa forma, o primeiro vídeo foi confeccionado pela médica da unidade que apresentou esclarecimentos sobre a intervenção e a importância do autocuidado durante a pandemia. O segundo vídeo foi confeccionado pela fisioterapeuta que forneceu informações sobre como respirar adequadamente e diminuir os sintomas de ansiedade; o terceiro vídeo foi feito pela nutricionista que apresentou 10 orientações práticas de como se alimentar melhor. No quarto vídeo, o psicólogo abordou como lidar com o contexto da pandemia e como diminuir os seus impactos à saúde mental. No final, realizou-se uma avaliação da repercussão dessa intervenção, por meio de um formulário, organizado no Google Forms, em que os participantes do grupo responderam a cinco perguntas. Destes, 21 participantes responderam; 100% considerou o conteúdo relevante para o contexto vivido; 95,2% praticou alguma das recomendações propostas; 71,4% informou que o maior impacto das informações foi em sua saúde mental; 81% referiu que houve melhora da sua saúde, após seguir as orientações ofertadas; e, 100 % recomendaria o conteúdo para alguém que conhecesse. Diante disso, compreende-se o quanto a pandemia afetou, em especial, a saúde mental dos trabalhadores da saúde e como estratégias que fomentem o autocuidado podem gerar benefícios para quem exerce esse serviço.