Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESCOLA SOBRE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Hemilly Vasconcelos de Miranda Silva, Aline Cristina de Oliveira Ribeiro, Eunice Barbosa Anjos, Francinara Abreu Araujo, Francisco Lopes Ferreira, Renata de Jesus da Silva Negrão

Última alteração: 2022-01-12

Resumo


APRESENTAÇÃO: A educação em saúde é conceituada como sendo um processo de ensino-aprendizagem contínuo, dinâmico, complexo e planejado ao longo da vida. O processo educacional é manifesto nos mais variados cenários, se constituindo, fundamentalmente, pela parceria entre o indivíduo e o profissional de saúde, possuindo como objetivo principal a capacitação do indivíduo para a promoção e manutenção de saúde e a prevenção das mais diversas doenças, além de ansiar facilitar esses processos de modo que seja o mais acessível possível aos pacientes, tal qual ocorre no processo de orientação para mudanças comportamentais relacionadas ao estilo de vida que visa a obtenção de resultados positivos para a saúde. Diante disso, se pode notar que o processo de educação relacionado à saúde não se limita às quatro paredes do ambiente de unidade básica ou hospital e nem tão pouco deve ter como público alvo apenas os indivíduos enfermos ou potencialmente doentes, pelo contrário, a saúde deve ser propagada nos mais diversos âmbitos da sociedade com o anseio de alcançar os mais variados públicos. As políticas públicas de promoção da saúde no ambiente escolar visam enfrentar as vulnerabilidades que prejudicam o desenvolvimento das crianças e jovens, ampliando o sentido de sua formação integral mediante promoção, prevenção e atenção à saúde. Sendo assim, nas escolas, que são os locais onde ocorrem o desenvolvimento do conhecimento compartilhado e são onde encontra-se a maior parte dos jovens e adolescentes da sociedade, pode-se encontrar um público com considerável interesse pelo conhecimento e possuidor de alto potencial para disseminação de informações que ultrapassam, por inúmeras vezes, as quatro paredes do ambiente escolar. Os jovens tornam-se, então, não apenas telespectadores do processo de aprendizagem, mas transmissores da informação recebida. Diante disso, se percebe a necessidade de refletir sobre a prática educativa emancipatória, que transforma saberes pré-existentes, no intuito de fornecer o desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade dos indivíduos no cuidado com a saúde. A adolescência é uma etapa chave no desenvolvimento humano, caracterizado por várias transições e mudanças tanto físicas quanto psicológicas, sendo um período característico para a prática da vida sexual. Dessa forma, a sexualidade na adolescência tem inúmeras descobertas e conflitos que podem expor esses indivíduos a riscos e vulnerabilidades. Os riscos são as possibilidades de ocorrência de danos ou agravamentos, tal qual ocorre nos casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), a gravidez não planejada na adolescência, entre outros. Visando a prevenção de gravidez e contágio por infecções sexualmente transmissíveis (IST), nota-se a importância de se falar sobre educação sexual com esse público. As IST são infecções originadas por vírus, bactérias ou demais microrganismos. O contágio ocorre, especialmente, através do contato sexual, sem o uso de preservativo, com uma pessoa infectada ou pode ocorrer também por meio de uma infecção vertical, onde a patologia é repassada de mãe para filho durante a gestação, parto ou a amamentação. As IST, dentre as quais as mais recorrentes são a herpes, gonorreia, sífilis e o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV),  estão inseridas em grupos específicos da população. No entanto, há um aumento considerável entre os jovens e adolescentes com idade de 13 a 19 anos, isso ocorre, principlmente, devido ao não uso de preservativo durante as relações sexuais, ao elevado número de parceiros com quem se relacionam, ao abuso de alcool e outras drogas e é motivado também pela falta de informação sobre o assunto. Diante disso, percebe-se a importância do desenvolvimento de ações educacionais referentes à saúde direcionada a esse público específico, sendo a aplicação de tecnologias educacionais indispensáveis para melhorar o processo de aprendizagem. As tecnologias são consideradas como um instrumento que, através de meios, métodos e técnicas disponíveis, buscam facilitar o processo de ensino de modo que ele seja mais eficiente e eficaz. O presente trabalho tem como objetivo descrever a experiência de acadêmicos de enfermagem em uma ação educativa desenvolvida em ambiente escolar. DESENVOLVIMENTO: Refere-se a um estudo qualitativo e descritivo, do tipo relato de experiência. Foi vivenciado por discentes do curso de enfermagem em um projeto de educação em saúde realizado em uma escola pública do município de Belém do Pará, Brasil. O projeto de extensão intitulado “Universidade nas Escolas” é desenvolvido pelo Centro Acadêmico de Enfermagem Dorothea Orem do Centro Universitário FIBRA, em parceria com a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professor Santana Marques (EEEFM Santana Marques). Teve início no mês de novembro de 2021 com a realização da palestra intitulada ”Infecções Sexualmente Transmissíveis” tendo como público-alvo alunos pertencentes ao segundo ano do ensino médio. A palestra foi ministrada por 09 acadêmicos de enfermagem pertencentes à universidade e teve como ouvintes 29 alunos da escola. Para ministração da palestra foram utilizados recursos digitais, como computador e  datashow,  possibilitando a exposição da apresentação de slides confeccionados com o auxílio da plataforma Canva, em momento posterior à da exposição da temática foi desenvolvida uma gincana de “mitos e verdades” com perguntas frequentemente feitas acerca do assunto e inverdades divulgadas na sociedade. RESULTADOS: Na ação realizada, foi observado a predominância de estudantes com idade inferior à 18 anos e pertencentes ao sexo feminino. No início os ouvintes mostraram-se retraídos com o assunto abordado, porém demonstravam bastante atenção durante toda a exposição realizada pelos discentes. Objetivando moldar o conhecimento já existente dos alunos, desmistificando inverdades e proporcionando informações reais à eles, no decorrer da apresentação foram realizadas perguntas para se identificar o conhecimento prévio que estes já possuíam sobre os tópicos seguintes que seriam abordados. Dentre os estes, expôs-se acerca do conceito de sexualidade e infecções sexualmente transmissíveis, bem como, meios de prevenção e os tratamentos mais comumente utilizados. Foram também usadas imagens ilustrativas e reais das principais manifestações clínicas de tais infecções, de modo a alertá-los para que procurem assistência sempre que necessário. Ao final da atividade, separou-se um tempo para responder perguntas e esclarecer dúvidas, sendo possível observar uma maior interação dos alunos com os acadêmicos de enfermagem. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Embora a temática abordada seja um assunto considerado tabu em diversas vertentes da sociedade, observou-se por meio da ação desenvolvida a extrema importância de explorar a respeito de sexualidade e IST entre jovens e adolescentes, especialmente aos que estão começando sua vida sexual e que, muitas vezes, possuem pouco ou nenhum conhecimento acerca do assunto, possuindo maior risco de adquirir uma IST. Portanto, percebe-se, cada vez mais, a relevância de ações educativas, capazes de contribuir para prevenção e controle de infecções. Ademais, a ação desenvolvida proporcionou aos discentes de enfermagem a vivência prática da educação em saúde, uma das principais atribuições do enfermeiro nos mais diversos níveis da atenção.