Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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IMPACTOS DO ISOLAMENTO SOCIAL PARA MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA POR PARCEIROS ÍNTIMOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Maria Fernanda Garcia Corrêa Faria, Kênia Ferreira Laporte, Mariana Guerra Pagio, Rafael Mariano de Souza, Claudia de Souza Dourado, Rubens José Loureiro, José Lucas Souza Ramos

Última alteração: 2022-01-03

Resumo


Introdução: A violência contra a mulher é um problema mundial e uma a cada três mulheres, durante a vida, já sofreu violência física ou sexual por parceiro íntimo e mais de um terço dos feminicídios são cometidos também pelo parceiro. O isolamento social decorrente da pandemia da COVID-19 potencializou os indicadores de violência doméstica contra a mulher em todo o mundo. O Brasil registrou um aumento de 18% de denúncias pelos serviços de Disque 100 e Ligue 180. Nessa perspectiva, é necessário compreender os impactos do isolamento social para as mulheres vítimas de violência doméstica por parceiros íntimos. Objetivo: Compreender os impactos do isolamento social para mulheres vítimas de violência doméstica por parceiros íntimos. Método: Trata-se de uma revisão integrativa realizada na base de dados da PubMed, utilizando os descritores baseados no Decs: social isolation AND violence against women AND COVID-19 pandemic AND intimate partner violence. Os critérios de inclusão foram artigos completos, em língua portuguesa e inglesa, publicados nos anos de 2020 e 2021 e excluídos teses, mestrados e dissertações. Resultados: Foram encontrados 5 artigos com o cruzamento dos descritores e após leitura, foram selecionados 4 artigos para a pesquisa. A pesquisa revela que no início da pandemia, países como França e China deram sinal de alarme devido aumento das notificações no número dos casos de violência em um período menor que 1 mês após o início do isolamento. Países como China, Espanha, Itália, Estados Unidos e Austrália, possuem um aumento exacerbado dos números, sendo em torno de 30 a 70% de novos casos. Os artigos atribuem esse aumento, não apenas pela coexistência forçada, mas também pelo estresse e ansiedade devido a pandemia e crise econômica. Durante esse período pandêmico, o acesso ao serviço de apoio à essas mulheres foi reduzido, principalmente nos setores assistenciais de saúde, segurança pública, justiça e social. Medidas foram implementadas nesse período como forma de ajuda para essas mulheres, como estratégias de palavras-código utilizadas em farmácias, além de locais de refúgio, após serem identificadas como vítimas de seus parceiros. No Brasil, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) criou plataformas digitais de atendimento como o site ouvidoria.mdh.gov.br e por meio deste, não apenas as vítimas podem denunciar, mas também familiares, vizinhos e outros, além de poderem anexar fotos, vídeos, áudios e outros documentos que registrem a violência. Porém, o enfrentamento desse problema não deve ser apenas o acolhimento de denúncias, mas é necessário investir esforços para aumento das prevenções e resposta à violência, divulgação dos serviços disponíveis e capacitação da população no geral, para identificarem as mulheres em risco. Considerações Finais: Evidencia-se então a dimensão do problema de violência doméstica pelos parceiros íntimos em todo o mundo que foi potencializado no período de isolamento social, revelando uma grande vulnerabilidade das mulheres que não possuem segurança no próprio lar. Logo, é necessário um olhar cada vez mais atencioso para essas mulheres, para poder ampliar as estratégias de identificação e resgate delas nas situações de risco.