Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-01-03
Resumo
Introdução: A sífilis adquirida é uma infecção sistêmica, curável e exclusiva do ser humano. É causada comumente pelo agente etiológico Treponema pallidum uma espécie de espiroqueta patogênica. A maior parte dos portadores da infecção são assintomáticos, transmitindo aos parceiros sexuais. O Brasil, entre os anos de 2017 e 2018, obteve aumento de 59,1 para 75,8 casos por 100.000 hab., um total de 28,3%. Por isso, os profissionais de saúde precisam ser capacitados para reconhecer as manifestações clínicas, ter conhecimento dos testes diagnósticos disponíveis e principalmente, interpretar o resultado do exame para rastreio, diagnóstico e tratamento. Objetivo: Descrever a importância do papel do enfermeiro no rastreio, diagnóstico e tratamento de sífilis adquirida. Método: Trata-se de uma revisão integrativa realizada na base de dados PubMed, utilizando os descritores baseados no Decs: nursing care AND syphilis. Os critérios de inclusão foram artigos completos, em língua portuguesa e inglesa, publicados nos anos de 2016 a 2021 e excluídos teses de doutorado, dissertações de mestrado e trabalhos de conclusão de curso. Resultados: Foram encontrados 287 artigos com o cruzamento dos descritores, sendo aplicado os critérios de inclusão e exclusão, obteve um total de 125, e 9 artigos foram selecionados porque se enquadravam no objetivo da pesquisa. A pesquisa revela falhas importantes nos serviços de saúde e tem gerado grande preocupação devido crescimento no número dos casos de sífilis adquirida. As principais ações para o enfrentamento do agravo na atenção primária de saúde (APS), é a notificação compulsória com investigação realizada pelas vigilâncias epidemiológicas municipais e estaduais; busca ativa; acesso ao rastreio, diagnóstico e tratamento precoce do infectado e parceria sexual; avaliação sorológica pós-tratamento; e campanhas que promovam a saúde de forma integral e previna a doença. No Brasil, o teste rápido para sífilis é disponibilizado de forma gratuita para a população nas unidades de saúde, contudo, um estudo revela que existem territórios brasileiros que não o possuem, enquanto existem outras que possuem, porém, se encontravam vencidos. A atuação do enfermeiro frente ao agravo é respaldada pelo Ministério da Saúde através do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticos para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (PCDT) que traz recomendações e fluxogramas para manejo da sífilis. Entretanto, apesar da evidência científica, o manejo da doença ainda é um grande desafio, devido ao comportamento de risco que se mantém entre a população. Considerações finais: Evidencia-se então que o problema raiz desse agravo é o comportamento e a falta de conscientização da população que constitui o risco. Porém, as ações a serem planejadas não devem se limitar apenas em orientações, que apesar de ser uma estratégia importante, é insuficiente quando trabalhada sozinha. É fundamental que o enfermeiro, em sua assistência, associe-a com escuta qualificada, empatia, além da troca de saberes sobre crenças, valores, ideologias e contextos sociais/familiares, sem julgamentos, para que seja possível conhecer o entendimento da população quanto a sexualidade e identificar os principais agravos e demandas pessoais que levam as pessoas a não aceitarem as mudanças de comportamentos para terem práticas sexuais seguras.