Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
O PAPEL DO ENFERMEIRO NO MANEJO DE SÍFILIS ADQUIRIDA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
Maria Fernanda Garcia Corrêa Faria, Kênia Ferreira Laporte, Mariana Guerra Pagio, Rafael Mariano de Souza, Claudia de Souza Dourado, Rubens José Loureiro, José Lucas Souza Ramos

Última alteração: 2022-01-03

Resumo


Introdução: A sífilis adquirida é uma infecção sistêmica, curável e exclusiva do ser humano. É causada comumente pelo agente etiológico Treponema pallidum uma espécie de espiroqueta patogênica. A maior parte dos portadores da infecção são assintomáticos, transmitindo aos parceiros sexuais. O Brasil, entre os anos de 2017 e 2018, obteve aumento de 59,1 para 75,8 casos por 100.000 hab., um total de 28,3%. Por isso, os profissionais de saúde precisam ser capacitados para reconhecer as manifestações clínicas, ter conhecimento dos testes diagnósticos disponíveis e principalmente, interpretar o resultado do exame para rastreio, diagnóstico e tratamento. Objetivo: Descrever a importância do papel do enfermeiro no rastreio, diagnóstico e tratamento de sífilis adquirida. Método: Trata-se de uma revisão integrativa realizada na base de dados PubMed, utilizando os descritores baseados no Decs: nursing care AND syphilis. Os critérios de inclusão foram artigos completos, em língua portuguesa e inglesa, publicados nos anos de 2016 a 2021 e excluídos teses de doutorado, dissertações de mestrado e trabalhos de conclusão de curso. Resultados: Foram encontrados 287 artigos com o cruzamento dos descritores, sendo aplicado os critérios de inclusão e exclusão, obteve um total de 125, e 9 artigos foram selecionados porque se enquadravam no objetivo da pesquisa. A pesquisa revela falhas importantes nos serviços de saúde e tem gerado grande preocupação devido crescimento no número dos casos de sífilis adquirida. As principais ações para o enfrentamento do agravo na atenção primária de saúde (APS), é a notificação compulsória com investigação realizada pelas vigilâncias epidemiológicas municipais e estaduais; busca ativa; acesso ao rastreio, diagnóstico e tratamento precoce do infectado e parceria sexual; avaliação sorológica pós-tratamento; e campanhas que promovam a saúde de forma integral e previna a doença. No Brasil, o teste rápido para sífilis é disponibilizado de forma gratuita para a população nas unidades de saúde, contudo, um estudo revela que existem territórios brasileiros que não o possuem, enquanto existem outras que possuem, porém, se encontravam vencidos. A atuação do enfermeiro frente ao agravo é respaldada pelo Ministério da Saúde através do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticos para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (PCDT) que traz recomendações e fluxogramas para manejo da sífilis. Entretanto, apesar da evidência científica, o manejo da doença ainda é um grande desafio, devido ao comportamento de risco que se mantém entre a população. Considerações finais: Evidencia-se então que o problema raiz desse agravo é o comportamento e a falta de conscientização da população que constitui o risco. Porém, as ações a serem planejadas não devem se limitar apenas em orientações, que apesar de ser uma estratégia importante, é insuficiente quando trabalhada sozinha. É fundamental que o enfermeiro, em sua assistência, associe-a com escuta qualificada, empatia, além da troca de saberes sobre crenças, valores, ideologias e contextos sociais/familiares, sem julgamentos, para que seja possível conhecer o entendimento da população quanto a sexualidade e identificar os principais agravos e demandas pessoais que levam as pessoas a não aceitarem as mudanças de comportamentos para terem práticas sexuais seguras.