Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-01-04
Resumo
A pandemia da COVID-19 trouxe desafios urgentes às autoridades públicas com a necessidade de planejamento de ações de enfrentamento rápidas e concretas. Nesse sentido, as estratégias de informação e comunicação em saúde são fundamentais, uma vez que a cooperação da população no contexto de uma doença transmissível é fundamental para a concretização das medidas de controle. Através da divulgação de notas informativas e manuais informativos, o poder estadual da Bahia elaborou informações e instruções direcionadas a distintos públicos. O presente estudo teve como objetivo analisar as principais estratégias de comunicação e informação em saúde estabelecidas pelo governo estadual da Bahia. Esse estudo é parto do projeto de pesquisa “Estratégia de prevenção e controle da COVID-19 em diferentes fases da pandemia: uma análise de um âmbito global e local”. Realizou-se uma análise documental do material comunicativo desenvolvido pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), considerando o recorte temporal de março de 2020 – que compreende o primeiro decreto e corresponde aos primeiros casos confirmados no estado - até maio de 2021. No total analisaram-se de 12 documentos. Destacaram-se estratégias de comunicação voltadas para pessoas com doenças autoimunes e com dificuldade de acesso à hidroxcloroquina, em virtude do seu uso irracional e provocado pela onda de informações sem comprovações científicas de que esta medicação combateria o vírus da COVID-19; orientações sobre a fabricação de máscaras de proteção com enfoque em informações para uso e fabricação de máscaras caseiras; e divulgação dos fluxos de manejo de pacientes positivos para COVID-19. A SESAB lançou ainda, um plano de comunicação de combate à pandemia que chamou atenção por ser pouco elucidativo em relação às suas diretrizes e ações propostas. Observou-se que a maioria dos materiais informativos/comunicativos foram elaborados apenas no início da pandemia e não houve a continuidade na produção e divulgação de novos materiais ao longo da pandemia. Não haviam notas informativas acerca de novos conhecimentos da fisiopatologia viral ou sobre a vacinação contra a COVID-19. Ressalta-se que essas limitações na produção de novas estratégias de comunicação e informação em saúde, contribuíram para agravamento dos desafios de enfrentamento da pandemia, já que no curso da pandemia houve a divulgação em massa de “fake news” que contribuíram para diminuição da adesão comunitária às medidas sanitárias, utilização de medicações sem comprovação científica e amplo negacionismo sobre a situação real. Considerando que um dos pontos de grande vulnerabilidade de combate à COVID-19 foi a divulgação em massa de “fake news”, conclui-se sobre a importância de uma maior delimitação do plano de comunicação, maior acessibilidade na forma de comunicação e periodicidade na divulgação das informações tanto para os profissionais de saúde quanto para a população em geral nos aspectos da prevenção das infecçõese combate à “fake news”.