Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE NA PANDEMIA DE COVID-19 EM ÂMBITO ESTADUAL: UMA ANÁLISE DE MATERIAIS COMUNICATIVOS DA SECRETARIA DE SAÚDE DA BAHIA
Jose Ronaldo Rodrigues de Deus Junior, Larissa de Queiroz Cavalho, Anna Carolinna Cezar dos Santos Mendes, Valéria Marçal dos Santos Brandão, Anna Flávia Bezerra Penha

Última alteração: 2022-01-04

Resumo


A pandemia da COVID-19 trouxe desafios urgentes às autoridades públicas com a necessidade de planejamento de ações de enfrentamento rápidas e concretas. Nesse sentido, as estratégias de informação e comunicação em saúde são fundamentais, uma vez que a cooperação da população no contexto de uma doença transmissível é fundamental para a concretização das medidas de controle. Através da divulgação de notas informativas e manuais informativos, o poder estadual da Bahia elaborou informações e instruções direcionadas a distintos públicos. O presente estudo teve como objetivo analisar as principais estratégias de comunicação e informação em saúde estabelecidas pelo governo estadual da Bahia. Esse estudo é parto do projeto de pesquisa “Estratégia de prevenção e controle da COVID-19 em diferentes fases da pandemia: uma análise de um âmbito global e local”. Realizou-se uma análise documental do material comunicativo desenvolvido pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), considerando o recorte temporal de março de 2020 – que compreende o primeiro decreto e corresponde aos primeiros casos confirmados no estado - até maio de 2021. No total analisaram-se de 12 documentos. Destacaram-se estratégias de comunicação voltadas para pessoas com doenças autoimunes e com dificuldade de acesso à hidroxcloroquina, em virtude do seu uso irracional e provocado pela onda de informações sem comprovações científicas de que esta medicação combateria o vírus da COVID-19; orientações sobre a fabricação de máscaras de proteção com enfoque em informações para uso e fabricação de máscaras caseiras; e divulgação dos fluxos de manejo de pacientes positivos para COVID-19. A SESAB lançou ainda, um plano de comunicação de combate à pandemia que chamou atenção por ser pouco elucidativo em relação às suas diretrizes e ações propostas. Observou-se que a maioria dos materiais informativos/comunicativos foram elaborados apenas no início da pandemia e não houve a continuidade na produção e divulgação de novos materiais ao longo da pandemia. Não haviam notas informativas acerca de novos conhecimentos da fisiopatologia viral ou sobre a vacinação contra a COVID-19. Ressalta-se que essas limitações na produção de novas estratégias de comunicação e informação em saúde,  contribuíram para agravamento dos desafios de enfrentamento da pandemia, já que no curso da pandemia houve a divulgação em massa de “fake news” que contribuíram para diminuição da adesão comunitária às medidas sanitárias, utilização de medicações sem comprovação científica e amplo negacionismo sobre a situação real. Considerando que um dos pontos de grande vulnerabilidade de combate à COVID-19 foi a divulgação em massa de “fake news”, conclui-se sobre a importância de uma maior delimitação do plano de comunicação, maior acessibilidade na forma de comunicação e periodicidade na divulgação das informações tanto para os profissionais de saúde quanto para a população em geral nos aspectos da prevenção das infecçõese combate à “fake news”.