Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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O Uso do Monitoramento Telefônico de Casos Suspeitos de COVID-19 – Uma Forma de Vigilância e Promoção de Saúde
Richardson Jorge Almeida Meirelles

Última alteração: 2022-01-18

Resumo


1. Introdução: Este trabalho visou refletir sobre a experiência vivenciada no Programa de Saúde da Família (PSF) na Clínica da Família Helena Besserman Vianna, localizada na Comunidade de Rio das Pedras – AP 4.0 no município do Rio de Janeiro – RJ, tendo como objetivo propor ações segundo orientações do plano de Contingência para Manejo de Casos suspeitos de COVID-19, baseadas em dispositivos como o acolhimento, o vínculo, a autonomia, o pertencimento e o emponderamento, na perspectiva da organização dos Serviços de Vigilância em Saúde, balizado pela matriz da integralidade e da longitudinalidade, tendo o usuário como centro das ações de saúde. O enfrentamento da epidemia deve incorporar a realidade de países com grandes desigualdades socioeconômicas e carga de doença. Não é porque um novo patógeno se dissemina que a situação de saúde anterior desaparece. A alta prevalência de hipertensão e diabetes, um dos fatores de agravamento do quadro clínico, e a baixa situação socioeconômica e de escolaridade influenciam fortemente o controle dos níveis pressóricos, glicêmicos e o desfecho da doença. O distanciamento social dificilmente será factível em comunidades de baixa renda. Por isso, além da iniquidade na assistência, também a propagação será desigual. A Vigilância em Saúde enfatiza às práticas de atenção e promoção da saúde dos cidadãos e aos mecanismos adotados para prevenção de doenças. Além disso, integra diversas áreas de conhecimento e aborda diferentes temas, tais como política e planejamento, territorialização, epidemiologia, processo saúde-doença, condições de vida e situação de saúde das populações, ambiente e saúde e processo de trabalho. Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, que o surto da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional – o mais alto nível de alerta da Organização, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional. Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia. Outrossim a partir, da caracterização do Momento de Pandemia e devido ao atual grau de incertezas e à insuficiência das informações disponíveis de países mais afetados pela COVID-19, foi necessário nos mantermos alerta e a ativação dos planos de preparação. Para tanto, buscou-se compreender como eram estabelecidas as relações entre os diferentes sujeitos da prática (trabalhadores de saúde, usuários, gestores) e a organização das ações individuais e coletivas, a partir das tecnologias leves envolvidas, direta ou indiretamente, na produção dos serviços de Vigilância em Saúde. Espera-se, através destas, despertar uma consciência preventiva nas famílias à medida que as noções de autocuidado são transmitidas às pessoas, estimulando a transformação de hábitos e atitudes indesejáveis ou prejudiciais à saúde, em comportamentos benefícios à sua própria saúde. 2. Objetivo: Ampliar a cobertura da vigilância epidemiológica que investiga epidemias que ocorrem em territórios específicos. Agir no controle doenças específicas, da população do território, com ações de Monitoramento Telefônico de Casos Suspeitos de COVID-19. Verificar o efeito no autocuidado e conhecimento de pacientes com suspeita de COVID-19. Analisar a correlação do conhecimento com o autocuidado no período de observação. 3. Metodologia: A metodologia aplicada está baseada no Caderno de Atenção Básica nº 21 – Vigilância em Saúde. A implantação do Sistema Único de Saúde desencadeou inúmeros desafios, principalmente em relação a sua capacidade de ofertar serviços capazes de garantir a universalização das ações e a integralidade ao cuidado das demandas e necessidades historicamente acumuladas na sociedade brasileira. Trata-se de um Monitoramento realizado na Clínica da Família Helena Besserman Vianna (CFHBV), uma unidade-escola situada na Comunidade do Rio das Pedras na Zona Oeste do município do Rio de Janeiro voltado para o atendimento de Porta de Entrada da Atenção Básica. O monitoramento dos pacientes nesta clínica ocorreram a partir do período de março de 2020 e com andamento até o momento presente. Os critérios de inclusão foram: pacientes Sintomáticos Respiratórios que estiveram na Unidade nos últimos três meses devido á suspeita de COVID-19. As ligações foram realizadas pela Equipe de Saúde Bucal da Unidade. Na abordagem telefônica realizada pelo Dentistas, houve o preenchimento de Planilha de Sintomáticos Respiratórios atendidos no período na Unidade Padronizada para Monitoramento Telefônico, instrumento próprio para auxiliar na condução das ligações telefônicas. Nas ligações telefônicas foram realizadas “perguntas fechadas” para direcionamento do inquérito telefônico, foi avaliado o quadro clínico autorreferido do paciente, com autoavaliação da necessidade de Visita Domiciliar de algum profissional à residência do usuário ou em caso de intercorrências de piora no quadro clínico autorreferido do cidadão, foi solicitado retorno a unidade para consulta presencial com necessidade de exame físico e com o usuário em uso de máscara e inserido no Fast-track sendo registrado no Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) no E-SUS, em caso de melhora no quadro clínico autorreferido do cidadão, foi reforçada a necessidade de isolamento social do mesmo e de todos os contactantes que vivam na mesma residência além de reforço nas medidas de Higiene Pessoal. O número e o intervalo entre as ligações telefônicas estipulados foram de 48h (quarenta e oito) da consulta inicial para usuários sem comorbidades e de 24h (vinte e quatro) da consulta inicial para usuários com comorbidades (portadores de DCNT, TB, HIV+, Gestantes, RN). Nesse sentido, é mister o conhecimento estruturado (fundamentação teórica), a interdisciplinaridade, a intersetorialidade, o respeito às diferenças, a utilização do acolhimento e do vínculo, tudo isso em prol da construção de sujeitos autônomos e capazes de coresponsabilidade e coparticipação na construção da saúde, verdadeiramente coletiva. 4. Resultados: Este trabalho teve como limitação a redução do número de ligações telefônicas por não ter conseguido concluir o contato telefônico, seja, por não encontrar o acreditamos que pode ter ocorrido por informação inadequada do contato pelo insucesso encontrado. Os enfoques dados aos pacientes com Suspeita de COVID-19 na educação em saúde são: o conhecimento sobre a doença, a monitorização dos sinais e sintomas de descompensação e a educação para aderência a medidas de proteção individual e a necessidade de isolamento social. 5.Conclusão: O monitoramento convencional combinado ao Guia Padronizado para Monitoramento Telefônico mostra-se eficaz no 4º mês com a melhoria do conhecimento e autocuidado o telemonitoramento tem um impacto positivo na redução dos agravos em pacientes portadores Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM).