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Introdução: Por muito tempo, o corpo feminino era reduzido apenas à uma função reprodutiva, tendo a maternidade como principal característica, sendo anulados os direitos da mulher dentro do casamento, principalmente no que tange direitos sexuais. De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), 45% das mulheres de idade entre 15 e 49 anos casadas, não conseguem exercer o próprio direito nas decisões sobre prática sexual, uso de contraceptivos e utilização dos serviços de saúde, em 57 países. Os principais problemas de saúde estão relacionados a sexualidade, onde as infecções sexualmente transmissíveis (IST) afetam as mulheres que por vezes adquirem dentro do próprio casamento pelo parceiro. Entende-se que a humanização do atendimento e a qualidade da assistência em saúde são essenciais para que as ações realizadas na atenção primária sejam eficazes. Objetivo: Descrever a importância do papel do enfermeiro na assistência à mulher portadora de IST transmitida pelo cônjuge. Método: Trata-se de uma revisão integrativa realizada na base de dados PubMed, utilizando os descritores baseados no Decs: nursing care AND sexually transmitted diseases AND Women's Health. Os critérios de inclusão foram artigos completos, em língua portuguesa e inglesa, publicados nos anos de 2016 a 2021 e excluídos teses, dissertações de mestrado e trabalhos de conclusão de curso. Resultados: Foram encontrados 220 artigos com o cruzamento dos descritores, após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, obteve um total de 217, sendo selecionados 6 artigos que se enquadravam com o objetivo da pesquisa. A pesquisa mostra que as mulheres são vulneráveis ​​a contrair IST do cônjuge infiel como resultado de gênero desigual e dinâmica de relacionamento abusivo. Um estudo afirma que as mulheres de Camboja possuem risco maior de contrair IST visto que é mais provável que os maridos possuam relação extraconjugal por ser uma atividade frequentemente tolerada dentro da sociedade devido contexto social e cultural. A legislação é a principal forma utilizada para garantir o direito de um indivíduo na sociedade. Contudo, apesar da importância dela, é insuficiente quando trabalhadas sozinhas na prevenção e eliminação de práticas nocivas contra as mulheres. Por isso, entende-se que, em conjunto as leis, são necessárias intervenções sociais eficazes de prevenção, proteção e erradicação dessas práticas, definidas de acordo com necessidades locais. Entende-se que o enfermeiro tem um papel crucial no atendimento a essas pessoas, pois coloca o cuidado e o paciente como protagonistas da situação, sendo possível planejamento estratégico e intervenção eficaz para resolução dos problemas. O cuidado quanto a conscientização deve focar também na família, para apoio à vítima. Considerações finais: Evidencia-se então a necessidade de elaboração de políticas públicas e estratégias de enfrentamento para promover um ambiente no qual a mulher casada possa estabelecer uma relação de poder igual ao marido. Além disso, destaca-se a indispensabilidade da educação continuada do profissional de saúde para desenvolvimento deste olhar holístico e integral, valorizando o enfermeiro perante o paciente, por encontrar no enfermeiro, alguém de confiança e que sirva de seguro para enfrentamento de dificuldades.