Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Desafios da pandemia: integração ensino-serviço e a potência do NASF-AP no enfrentamento às sequelas da COVID-19 na APS
Pamela Karine Bravin, Datiene Aparecida Diniz Rodrigues Bernal, Thanara Dos Santos, Patrícia Da Silva Lima Piveta, Tobias Natan Zuffo, Laís Alves De Souza Bonilha, Mara Lisiane De Moraes Dos Santos, Fernando Pierette Ferrari

Última alteração: 2022-01-03

Resumo


Apresentação: Essa experiência aconteceu no contexto da primeira onda da COVID-19 no Brasil, e consequentemente, identificação de muitos usuários com sequelas motoras e cardiorrespiratórias e alta demanda à rede de atenção (RAS). A Atenção Primária à Saúde (APS) em Campo Grande/MS conta com 16 equipes dos Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Primária (NASF-AP) apoiando 45 unidades e organizou o fluxo de monitoramento e acompanhamento dos pacientes sintomáticos, enfrentando conjuntamente o desafio do manejo dos usuários com sequelas, contando com os fisioterapeutas das equipes. O objetivo é apresentar o relato pelos fisioterapeutas dos NASF-AP e o impacto no cotidiano do trabalho na APS da experiência de Educação Permanente em Saúde (EPS) denominada "Formação em reabilitação de pacientes pós-COVID para fisioterapeutas em projeto de colaboração entre SESAU e UFMS".

Desenvolvimento: Considerando o papel dos fisioterapeutas do NASF-AP na reabilitação, fomos provocados a capacitar-nos para qualificar o cuidado e absorver a nova demanda. Uma articulação entre Secretaria Municipal de Saúde com o curso de fisioterapia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) oportunizou a formação em reabilitação pós-COVID aos fisioterapeutas da RAS que desejaram compor o grupo. Os encontros semanais aconteceram via Google Meet entre 31/09/2020 e 15/12/2020, com a adoção de metodologia ativa, partindo das nossas experiências profissionais cotidianas (que deflagraram situações problemas, questões de aprendizagem e narrativas), além de exposições dialogadas com especialistas conforme nossas demandas. Algumas das questões de aprendizagem elaboradas pelo grupo: “Quais são os diferentes graus de acometimento da COVID-19 e como o manejo terapêutico no período infeccioso pode comprometer os sistemas do corpo humano acarretando sequelas?”; “Como garantir o cuidado integral e os princípios da clínica ampliada e segurança do paciente pós-COVID considerando o processo de construção do PTS?”; “Como mapear a oferta dos serviços e apoiadores, identificar e acompanhar usuários pós-COVID, garantindo a governabilidade das equipes nos processos de trabalho?”.

Resultados: A integração entre nós, fisioterapeutas da RAS e os docentes da UFMS contribuiu para o processo formativo, desenvolvimento profissional e didático para o enfrentamento à nova demanda e culminou na elaboração do ‘Guia orientador para reabilitação pós-COVID na APS’, que foi compartilhado com todos os profissionais do NASF. A partir da relação construída com o curso de fisioterapia, foi pactuada nossa inserção na formação, como preceptores, no estágio na APS.

Considerações finais: Esta experiência demonstra a potência dos encontros como forma de produção de conhecimentos, qualificação profissional e de transformação das práticas mediante problematização de situações vivenciadas na realidade. Paralelamente, houve qualificação do processo de formação dos estudantes e docentes da UFMS, evidenciando a relevância da integração ensino-serviço. Houve impacto na vida dos usuários com sequelas pós-Covid ao acessarem ações de reabilitação no próprio território. A incorporação dessa demanda por nós, fisioterapeutas da APS, impacta no cuidado aos usuários e em toda a RAS, pois reduz filas de espera para a atenção especializada, favorece a adesão ao tratamento com o cuidado no território, menor desgaste físico/financeiro ao evitar deslocamentos dos usuários com mobilidade reduzida até os serviços de reabilitação.