Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
FATORES RELACIONADOS AS TAXAS DE CESÁREAS NO BRASIL
Julia Santos Carvalho, Mariana Guerra Pagio, Ana Paula de Araújo Machado, Cristina Ribeiro Macedo, Mariana Rabello Laignier, Amélia Toledo da Silva Baduina, Leonardo Gomes da Silva, Francine Alves Gratival Raposo

Última alteração: 2022-01-09

Resumo


INTRODUÇÃO: De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o Brasil possui alto índice de cesáreas, com destaque para os serviços privados de saúde, nos quais as taxas são de 85%, dado que diverge do preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que considera que taxas acima de 10%-15%, não estão associadas a uma redução na mortalidade materna e neonatal. Ademais o Art.3° da Lei n°9.961, de 28 de janeiro de 2000, define que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), tem por finalidade institucional promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais. Deve-se levar em consideração também o Projeto Parto Adequado que objetiva identificar modelos inovadores e viáveis de atenção ao parto e nascimento, que valorizem o parto normal e reduzam o percentual de cesarianas sem indicação clínica na saúde suplementar. OBJETIVO: Descrever os fatores que influenciam a tendência de aumento das taxas de cesáreas. MÉTODO: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada através de artigos encontrados nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scielo, durante o mês de dezembro de 2021. Para a busca, utilizou-se os descritores baseados no Decs: Saúde da Mulher AND Cesáreas. Os critérios de inclusão foram artigos em português, inglês e espanhol. RESULTADOS: Do total de 16 estudos encontrados, após aplicação dos critérios de inclusão, 11 foram analisados. Nesse sentido, a Organização Mundial de Saúde afirma que as taxas de cesáreas continuam aumentando por conta de fatores como técnicas cirúrgicas e anestésicas mais aprimoradas, redução do risco de complicações pós-operatórias, fatores demográficos e sociais, a percepção dos provedores de cuidado e de pacientes de que o procedimento é seguro, mudanças nos sistemas de saúde e a cesárea a pedido da mulher, junto a estes podem ser citados também variáveis maternas como medo da dor, busca da integridade vaginal e crenças da soiedade de que o parto vaginal é mais arriscado para o feto do que uma cesárea. Assim, o uso de cesariana continua crescendo mundialmente, respondendo agora por mais de um em cada cinco partos. E este número deve continuar aumentando na próxima década, com quase um terço de todos os partos provavelmente ocorrendo por cesariana até 2030. Embora uma cesariana possa ser uma cirurgia essencial e que salva vidas, quando realizada sem necessidade, ela pode colocar mulheres e bebês em risco desnecessário de problemas de saúde em curto e longo prazo. CONCLUSÃO: Conclui-se, portanto, que a análise das taxas de cesáreas e a identificação das principais causas do aumento desses índices, são fundamentais para orientar a formulação de novas políticas capazes de reverter essa tendência, de modo, que as soluções sejam baseadas nos problemas reais observados. Frente a esses altos índices de cesárea no Brasil, é possível realizar diversas intervenções, desde as sócio-culturais, como as direcionadas para a assistência obstétrica e institucionais, além disso, direcionar a implementação de ações de saúde voltadas para a redução das taxas de cesarianas no país.