Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-01-09
Resumo
INTRODUÇÃO: De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o Brasil possui alto índice de cesáreas, com destaque para os serviços privados de saúde, nos quais as taxas são de 85%, dado que diverge do preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que considera que taxas acima de 10%-15%, não estão associadas a uma redução na mortalidade materna e neonatal. Ademais o Art.3° da Lei n°9.961, de 28 de janeiro de 2000, define que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), tem por finalidade institucional promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais. Deve-se levar em consideração também o Projeto Parto Adequado que objetiva identificar modelos inovadores e viáveis de atenção ao parto e nascimento, que valorizem o parto normal e reduzam o percentual de cesarianas sem indicação clínica na saúde suplementar. OBJETIVO: Descrever os fatores que influenciam a tendência de aumento das taxas de cesáreas. MÉTODO: Trata-se de uma revisão integrativa, realizada através de artigos encontrados nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scielo, durante o mês de dezembro de 2021. Para a busca, utilizou-se os descritores baseados no Decs: Saúde da Mulher AND Cesáreas. Os critérios de inclusão foram artigos em português, inglês e espanhol. RESULTADOS: Do total de 16 estudos encontrados, após aplicação dos critérios de inclusão, 11 foram analisados. Nesse sentido, a Organização Mundial de Saúde afirma que as taxas de cesáreas continuam aumentando por conta de fatores como técnicas cirúrgicas e anestésicas mais aprimoradas, redução do risco de complicações pós-operatórias, fatores demográficos e sociais, a percepção dos provedores de cuidado e de pacientes de que o procedimento é seguro, mudanças nos sistemas de saúde e a cesárea a pedido da mulher, junto a estes podem ser citados também variáveis maternas como medo da dor, busca da integridade vaginal e crenças da soiedade de que o parto vaginal é mais arriscado para o feto do que uma cesárea. Assim, o uso de cesariana continua crescendo mundialmente, respondendo agora por mais de um em cada cinco partos. E este número deve continuar aumentando na próxima década, com quase um terço de todos os partos provavelmente ocorrendo por cesariana até 2030. Embora uma cesariana possa ser uma cirurgia essencial e que salva vidas, quando realizada sem necessidade, ela pode colocar mulheres e bebês em risco desnecessário de problemas de saúde em curto e longo prazo. CONCLUSÃO: Conclui-se, portanto, que a análise das taxas de cesáreas e a identificação das principais causas do aumento desses índices, são fundamentais para orientar a formulação de novas políticas capazes de reverter essa tendência, de modo, que as soluções sejam baseadas nos problemas reais observados. Frente a esses altos índices de cesárea no Brasil, é possível realizar diversas intervenções, desde as sócio-culturais, como as direcionadas para a assistência obstétrica e institucionais, além disso, direcionar a implementação de ações de saúde voltadas para a redução das taxas de cesarianas no país.