Em meio à reorganização do Sistema Único de Saúde e às políticas de fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS), como o Programa Mais Médicos, o Brasil se encontra em amplo processo de fortalecimento das residências médicas nas áreas básicas, com forte estímulo e investimento na formação em Medicina de Família e Comunidade (MFC). Com isso, consequentemente, surge a necessidade eminente de formação de médicos em preceptoria para atuarem na formação de residentes na referida especialidade. Não obstante, há a falta de um currículo que seja estruturado para nortear e qualificar a formação do médico preceptor em MFC, de forma ativa e perene, de modo a permitir que sua atuação possa impactar diretamente na qualidade da formação do residente e, como consequência, na qualidade do atendimento prestado à população assistida. Frente a esse quadro de vulnerabilidade e escassez, a necessidade do desenvolvimento deste estudo foi germinada, assim como o desejo de contribuir com proposituras significativas a este escopo. Inicialmente, foram resgatadas as principais perspectivas e conceitos que guardam familiaridade com o ensino de adultos em diálogo com a andragogia, e a formação profissional orientada às necessidades do SUS. Em seguida, foram analisados três planos de curso de formação de preceptores médicos selecionados no Brasil, e por último, foi construída uma matriz de macrodiretrizes para a formação do médico preceptor, dialogando com a andragogia. Com uma proposta de formação orientada às necessidades da APS e MFC, deseja-se estimular mudanças nos processos de ensino-aprendizagem dos preceptores com o objetivo último de qualificar sua prática.