Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A saúde e a vida de mulheres negras importam: diálogos sobre violência e racismo no campo do cuidado
Maria Rocineide Ferreira da Silva, Camila Marques da Silva Oliveira, Airte Leandro Freitas, Gleiciane Nascimento Santos, Sara Catarina Bastos Calixto, Mirna Neyara Alexandre De Sa Barreto Marinho, Vitoria Maria Ferreira, Adauto Martins Soares Filho

Última alteração: 2022-01-10

Resumo


INTRODUÇÃO

O tema da violência tem sido eleito na contemporaneidade como pauta em diversos projetos de pesquisa e extensão universitária, mas ainda precisa ser reafirmado com recortes que dêem conta da complexidade que o mesmo abrange. A violência tem determinantes e condicionantes os mais diversos, entre estes: sociais, culturais, étnicos, entre outros mas queremos colocar em tela a étnico-racial, estruturalmente mantida numa sociedade branqueizada e invisibilizada por um conjunto de proposições reproduzidas por essa mesma sociedade onde habitam homens e mulheres das mais diferentes etnias e identificação de raça-cor. Entendendo que o virtual não se opõe ao real o projeto Comunidade Universitária em Ação realizou debate a partir do instagram sobre essa temática. O objetivo desse trabalho é relatar a experiência de produção de diálogos a partir de uma live intitulada O cuidado feminino com enfoque na mulher negra.

2 METODOLOGIA

Estudo descritivo que evidencia experiência dialógica vivenciada em outubro de 2021, elaborado pelos componentes do projeto Comunidade Universitária em Ação (COMUNA) da Universidade Estadual do Ceará, sobre o cuidado a mulher negra e como a violência estrutural que sustenta o sistema capitalista o alcance de mídias digitais para promoção da saúde das jovens mulheres,  utilizando-se do Instagram do projeto.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quem controla o sentido de cultura ordena os sentidos de valores então cabe-nos refletir que sentidos na nossa sociedade tem sido assumidos para cuidar das mulheres negras? Essa questão foi feita por que o mês de outubro tem sido visibilizado como mês de cuidado a mulher, mas observando que as pautas giram sempre em torno das demandas medicalizantes, que inclusive se apropriaram dos corpos dessas mulheres para dizer do que esses corpos precisam. Diversas sociedades tem recorrido a utilização das mídias digitais como veículos de informação e comunicação sobre várias temáticas. A profissional de saúde convidada para dialogar sobre o tema trouxe vários elementos importantes, entre elas a importância da própria mulher “se tocar”, como o corpo tem sido acessado e como esses corpos de mulheres negras acessam esses serviços. Foi visto como a cultura tem sido determinante como estigmatizadora. Estudos revelam que para discutir os cânceres, por exemplo, a dimensão raça e cor não pode ser destituída da significância que tem e negá-los também dá sustentação as violências subliminarmente ou estruturalmente praticadas.

4 CONSIDERAÇÕES

O tema precisa ser discutido, sobretudo entre as populações que assumem a dimensão do cuidado. Revisitar conceitos que formam profissionais de saúde são fundamentais para qualificar o acesso da mulher negra aos serviços de saúde. Diálogos como o feito entre profissionais que já reconhecem e lutam pela oferta de serviços com equidade e estudantes pode transformar pequenos espaços e se somarem-se a outros, quem sabe capaz de influenciar e produzir políticas igualitárias para vida de quem habita os territórios dos serviços de saúde. Daí um desafio que segue seria o de produzir formas diversificadas e leves de comunicação desse e de tantos outros temas. Só superaremos desigualdades expressas cotidianamente, se a reconhecermos e nos reconhecermos como produtores e reprodutores destas.