Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Atenção Básica em Saúde: enfrentamento da COVID-19 num município da Amazônia
Luene Silva Costa Fernandes, Júlio Cesar Schweickardt

Última alteração: 2022-01-07

Resumo


Apresentação: Esse resumo tem como objetivo descrever as estratégias de enfrentamento a COVID-19 desenvolvidas no município de Parintins, Amazonas, sendo um recorte de uma pesquisa Multicêntrica intitulada “Prevenção e controle do COVID-19: Estudo Multicêntrico sobre a percepção e práticas no cotidiano das orientações médico-científicas pela população dos territórios de abrangência da Atenção Primária à Saúde”, desenvolvidas pelos alunos do curso de Mestrado Profissional em Saúde da Família – PROFSAÚDE.

Desenvolvimento: Tratar-se de uma pesquisa quanti-qualitativa que aconteceu na área de abrangência da Unidade Básica em Saúde (UBS), localizada em um bairro na cidade de Parintins, município do interior do Amazonas, distante 369 quilômetros a leste da capital, Manaus. A cidade é a segunda mais populosa do estado, com 116.273 habitantes, segundo IBGE,2021. Os dados foram coletados em duas etapas. O primeiro aconteceu com aplicação de questionários que contemplou dados quantitativos com 70 usuários do território estudado; o segundo foi de aplicação de entrevistas gravadas com 20% dos entrevistados da primeira etapa, contemplando dados qualitativos. Além disso, utilizamos os dados em bases de informações locais, como sites da prefeitura, decretos e boletins epidemiológicos.

Resultados: O município contabilizou até 30 de dezembro de 2021, 10.180 casos confirmados acumulados, 9.489 casos tratados acumulados e 357 óbitos acumulados.  Dentre as ações de saúde organizadas no município destacam-se, um hospital de referência para casos suspeitos e/ou confirmados da doença e a reorganização da Atenção Básica, que ocorreu em dois momentos. No primeiro momento, ocorreu a reorganização dos serviços de atendimento a gestantes de alto risco, urgências básicas e atendimentos a sintomáticos respiratórios leves, ficando os demais programas e serviços suspensos, com o fechamento de algumas UBS e a realocação de profissionais para os serviços de referência. Também foram suspensas as visitas dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). No segundo momento, foram reabertas as unidades básicas para atendimento de vacinação, atendimento a gestantes de baixo risco, dispensação de medicamentos, procedimentos e monitoramento de idosos e crônicos - pelo número crescente de óbitos em domicílio – por contato telefônico realizado pelos ACS e demais profissionais conforme necessidade. Outro serviço que vale ressaltar, é a realização das visitas da primeira semana de vida aos recém-nascidos, com realização da triagem neonatal e consulta puerperal. Com relação aos serviços de saúde bucal, os atendimentos de rotina foram suspensos permanecendo as urgências e emergências no Centro Especializado em Odontologia (CEO).

Considerações Finais: Parintins assim, como em muitos municípios brasileiros, realiza a corrida para reorganizar seu sistema de saúde, para atender as necessidades de sua população e de seu entorno. Observamos que a gestão não priorizou os serviços e os cuidados da atenção básica como uma estratégia de enfrentamento à COVID-19. Apesar disso, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) realizaram um trabalho importante de busca ativa, acompanhamento e de informação dos usuários, além de realizarem a integração com as ações à vigilância em saúde no desenvolver atividades de monitoramento de casos sintomáticos para uma rápida resposta.

Descritores: Atenção Primaria, Covid-19, Amazônia.