Parintins é um município do interior do Amazonas, distante 369 quilômetros a leste da capital Manaus, em linha reta. É a segunda cidade mais populosa do estado, com uma estimativa de 116.439 habitantes, segundo IBGE,2020. A cidade é conhecida mundialmente por sediar o Festival Folclórico de Parintins, considerado Patrimônio Cultural do Brasil. O município faz parte de um projeto de pesquisa que está em andamento sobre o enfrentamento da pandemia no Estado do Amazonas, desenvolvido pelo Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazonia (LAHPSA), Fiocruz Amazônia. Parintins apresentou os primeiros casos de infecção pelo novo coronavírus em março de 202, tendo o primeiro óbito registrado no estado. Considerada um problema de saúde pública global, o início da pandemia exigiu que estratégias de enfrentamento fossem desenvolvidas na velocidade que a infecção pelo vírus exigia dos serviços de saúde. Por esse motivo foi imprescindível a Educação Permanente em Saúde como estratégia de gestão no enfrentamento da pandemia, uma vez que se tratava de um agente infeccioso desconhecido, que os profissionais desconheciam e necessitavam aprender com realizar o manejo.

Neste processo de ensino-aprendizagem os municípios utilizaram dos protocolos de manejo técnico e as notas técnicas do Ministério da Saúde e da Fundação de Vigilância em Saúde do Estado do Amazonas (FVS). A equipe de Vigilância em Saúde Municipal participou da qualificação profissional e desenvolveu atividades educativas como:  capacitação dos Protocolos do Coronavírus (COVID 19) para a Vigilância Epidemiológica e Núcleo Resposta Rápida, Vigilância Sanitária (Porto e Aeroporto), Monitoramento e Investigação de casos, Vigilância Laboratorial (Coleta e diagnostico), visto que estas ações estavam contempladas no Plano de Enfrentamento. O Comitê de Enfretamento a Pandemia contou com ampla participação de diferentes setores do município e realizou uma gestão participativa.

No âmbito da Atenção Básica ocorreram atividades educativas para uso do equipamento de proteção individual (EPI) nas visitas domiciliares tendo como base as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Na Atenção especializada, ainda no mês de março de 2021, foram realizadas qualificações no Manejo do Atendimento aos casos suspeitos de Síndrome Gripal com profissionais da rede de saúde do município em parceria com FVS. Os profissionais participar de oficinas com utilização de metodologias ativas, como painel móvel, entre outros. A ideia era qualificar os profissionais que, posteriormente, seriam multiplicadores das informações em suas unidades de saúde.

Por fim, a Educação Permanente foi fundamental na situação de emergência sanitária, com uma doença nova e uma abrangência tão ampla como foi a COVID-19. Desse modo, foi necessário aprender com o vírus e realizar diversas atividades educativas e metodológicas para ações de enfrentamento que dialogassem com os usuários, comunidades e movimentos sociais. Desse modo, o município conseguiu realizar respostas rápidas e seguras para garantir a saúde da população, apesar do caos produzido pelo vírus.

Descritores: Educação Permanente em Saúde, Atenção Primaria, Covid-19; Amazônia