Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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AVALIAÇÃO DOS FATORES RELACIONADOS AO TRATAMENTO COM POLIQUIMIOTERAPIA EM PACIENTES COM HANSENÍASE NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM NO PARÁ
Marcos Mickael Gomes Carvalho, Cleizimara Cavalcante Nunes, Catarina Isabor Gomes Souza, Glauciney Pereira Gomes, Tainã da Silva Lobato, Guilherme Augusto Barros Conde, Valney Mara Gomes Conde

Última alteração: 2022-02-22

Resumo


Introdução: A hanseníase é uma doença infecciosa granulomatosa crônica causada pelo organismo intracelular obrigatório que afeta principalmente a pele e os nervos periféricos que pode levar a deficiências físicas graves e deformidades se não for diagnosticada e tratadas em seus estágios iniciais. Vários fatores podem contribuir para o abandono do tratamento pelos pacientes tornando-se um grande desafio para reduzir a hanseníase como problema de saúde pública. Sabe-se, que após o diagnóstico o paciente passará por um longo tratamento e poderá apresentar reações adversas causadas pelo tratamento da hanseníase com Poliquimioterapia (PQT) que podem que podem ser previsíveis (tipo A) ou imprevisíveis (tipo B). Cerca de 80% das reações são previsíveis, geralmente relacionados com a dose, decorrentes de conhecidas ações farmacológicas da droga e ocorrem em indivíduos normais. Os efeitos colaterais são inevitáveis na dose regular prescrita. As reações do tipo B são responsáveis por menos de 20% e incluem aquelas imunologicamente mediadas. Objetivo: Traçar o perfil dos pacientes com hanseníase tratados com PQT que abandonaram o tratamento e ou tiveram algum tipo de reação ao tratamento no município de Santarém-PA nos anos de 2007 a 2017. Metodologia: Foram avaliados 95 prontuários de pacientes que trataram de hanseníase em 10 Unidades de Saúde na área urbana do município de Santarém. Utilizamos os dados epidemiológicos através dos prontuários de pacientes notificados com Hanseníase, na base do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) entre os anos de 2007 a 2017 que foram tratados nas Unidades de saúde dos bairros da Nova República; Santarenzinho; Floresta; Matinha; Maracanã, Esperança, Aparecida/Caranazal, Jardim Santarém; Jaderlândia e Maicá. Os dados foram tabulados utilizando média e porcentagem. Resultados: Quanto as caraterísticas epidemiológicas, observou-se que a faixa etária desses pacientes estavam entre >15 anos e <60 anos. A maior concentração ocorreu na faixa de 26 a 40 anos (30,53%), onde estão as pessoas consideradas economicamente ativas podendo causar impacto sobre o aspecto socioeconômico e psicossocial. Quanto ao gênero a maior ocorrência de casos ocorreu no sexo masculino, com 61,05 % dos casos, e no sexo feminino apenas 38,95%. No diagnóstico clínico, 34,74% dos pacientes apresentavam-se na forma dimorfa, 23,16% na forma Virchoviana, 15,79% na forma Indeterminada e 14,74% na forma Tuberculóide. Quando somadas as formas dimorfa (34,74%) e virchowiana (23,16%), que são as formas disseminantes da doença, chega-se a maioria dos casos com 57,9% dos casos. Na classificação operacional (OMS), 29,47% dos pacientes apresentavam-se na forma Paucibacilares, enquanto que 70,53% na foram diagnosticados como Multibacilares. Conclusão: Os resultados obtidos neste estudo evidenciaram que nos casos analisados a grande maioria era do sexo masculino e que o tratamento para hanseníase está sendo realizado tardiamente, pois apresentavam as formas mais graves da doença com classificação operacional multibacilar, nas formas clínicas Dimorfa e virchoviana.

Palavras-chave: Hanseníase, Mycobacterium leprae, Poliquimioterapia.