Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
AVALIAÇÃO DA VIGILÂNCIA DE CONTATOS DE PACIENTES DE HANSENÍASE EM UM MUNICÍPIO HIPERENDÊMICO NO PARÁ
Marcos Mickael Gomes Carvalho, Cleizimara Cavalcante Nunes, Ian Lucas Oliveira da Costa, Bruna Yasmim Belcho Ferreira, Gionanni Moura Sotelo, Paulo Gabriel Moreira Souza, Guilherme Augusto Barros Conde, Valney Mara Gomes Conde

Última alteração: 2022-02-22

Resumo


Introdução: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada pelo bacilo Microbacterium leprae, sendo a detecção contínua de casos novos um dos grandes desafios no combate da doença e tentativa de eliminação da hanseníase como problema de saúde pública. No Brasil, alta prevalência de hanseníase está associada às condições socioeconômicas da população, principalmente pelas situações de moradia e pelo aglomerado de pessoas concentradas em um mesmo local, facilitando assim a disseminação da doença pelo contato entre pessoas susceptíveis e pessoas doentes. Em áreas mais vulneráveis, problemas como a falta de conhecimento sobre a doença fazem com que a mesma não seja tratada com sua devida prioridade e as pessoas não diagnosticadas ficam passando a doença para seus comunicantes. Cada paciente possui comunicantes, que pode ser qualquer pessoa que resida ou tenha residido com o doente nos últimos cinco anos. Os comunicantes intradomiciliares compreendem um grupo reconhecível com alto risco de infecção para a doença, por viverem na proximidade da fonte de infecção e muitas vezes tornam-se casos subdiagnosticados. Neste contexto, a vigilância da doença e a avaliação eficaz de contatos podem facilitar a identificação de novos casos que necessitam de diagnóstico e tratamento para a mitigação de danos à saúde e propagação da doença. Objetivo: Avaliar as ações da vigilância de contatos de pacientes de hanseníase no município de Santarém-Pará. Metodologia: Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Além disso, foi realizada uma busca ativa, por meio de visitas nos domicílios de casos índices de hanseníase previamente selecionados aleatoriamente à partir de seu registro no SINAN no período de 2005 a 2013. Uma equipe multiprofissional, composta por médicos dermatologistas, enfermeiros, fisioterapeutas, agentes comunitários de saúde (ACS), técnicos de informação e técnicos de laboratório realizaram o exame clínico dermatoneurológico em busca de sinais e sintomas da hanseníase. Os dados foram tabulados utilizando média e porcentagem. Resultados: o número de casos novos de hanseníase registrados no SINAN no período de 2005 a 2013, indicaram o diagnóstico de 583 casos novos, com média de 64,8 casos detectados anualmente, para os quais foram registrados um total de 2.503 contatos e destes 1.811 examinados. Ao analisar o número de contatos examinados, pôde-se observar que um total de 692 não foram examinados o que representa um percentual de 27,6%. Porém, durante a semana de busca ativa, foram diagnosticados 45 casos novos de hanseníase em 2014 no município. Dentre esses casos novos, 31 eram contatos de casos índices previamente registrados no SINAN, 8 eram estudantes, 4 casos novos eram contatos dos estudantes e ainda foram encontrados 2 recidivas. Conclusão: Observa-se que a falta de detecção precoce de casos novos entre os contatos domiciliares do doente, pela falta de ações da vigilância epidemiológica de contato, vem contribuindo para a manutenção da cadeia de transmissão da doença no município.

Palavras-chave: Hanseníase, Mycobacterium leprae, Vigilância de contato