Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-01-12
Resumo
APRESENTAÇÃO: A cultura de paz diz respeito a uma visão de mundo que privilegia o diálogo e a mediação para resolver conflitos, abandonando atitudes e ações violentas e respeitando a diversidade dos modos de pensar e agir. Dentro os pontos defendidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no “Manifesto por uma Cultura de Paz e Não Violência”, estão: respeitar a vida; rejeitar a violência; ser generoso; ouvir para compreender; preservar o planeta; redescobrir a solidariedade. Esses pontos indicam caminhos de ação para se promover a cultura de paz nos diversos ambientes, como no caso das escolas, de maneira que através desse projeto, alunos da rede pública participam de oficinas que estimulam o sentimento de pertencimento e previnem situações de conflito no ambiente escolar. OBJETIVO: Descrever a vivência, como residente multiprofissional em saúde da família, do projeto de cultura de paz na prática, num ambiente escolar. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um relato de experiência, envolvendo o cenário da Escola Municipal Paulo Aragão, que está ligada ao Centro de Saúde da Família (CFS) Cohab II, Sobral, Ceará. A seleção do cenário se deu por ser o campo contemporâneo de atuação da equipe de Residência Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF) que conduziu o momento juntamente com o apoio psicossocial ofertado pela escola. A ação ocorreu em uma sala do 8º ano, com cerca de 25 alunos, sendo realizada em três momentos distintos: a árvore de problemas, ocorrida em dupla; oficina de dramatização, canto e discurso científico realizada em grupos dos principais problemas elencados; assinatura pelos alunos de carta de compromisso do que foi pactuado. RESULTADOS: No primeiro momento, através da árvore de problemas, foram elencados temas relacionados à violência contra a mulher, violência contra o idoso, intolerância religiosa, homofobia, bullying, depressão na adolescência, racismo, desigualdade social, violência e falta de respeito ao próximo, transfobia, agressão contra o adolescente, inflação e conflitos. No segundo momento, na oficina, foi utilizado pelos alunos como metodologia ativa a dramatização, canto e discurso científico dos problemas selecionados. No terceiro momento, foi assinado a carta, em que os alunos se comprometeram publicamente em evitar brigas, agir com empatia, buscar o conhecimento, assumir participação nas decisões políticas e fazer críticas construtivas, valorizando as relações. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Obteve-se um processo reflexivo e de análise da conjuntura social vivida pelos sujeitos do território, compreendendo a necessidade e importância das discussões dos marcadores sociais que os rodeiam, bem como, entendimento da cultura de paz como inerente a cada sujeito, sendo esses corresponsáveis pelos compromissos pactuados a fim de promover mudanças nas diversas relações sociais.