Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
A assistência ambulatorial especializada à pessoa com hipertensão: uma análise a partir das experiências dos usuários do município de Niterói
FLÁVIA PEIXOTO ALVES, Patty Patty, Andréa Neiva da Silva, Elisette Casotti

Última alteração: 2022-01-13

Resumo


Um sistema de saúde organizado em rede, onde seus pontos atuam de forma cooperada, é capaz de garantir a integralidade e continuidade da assistência à saúde em seus diferentes níveis. Nesse contexto os serviços ambulatoriais especializados se constituem um pilar importante para a garantia dessa integralidade. O presente estudo tem como objetivo geral analisar a assistência ambulatorial especializada e as barreiras para o acesso e continuidade da assistência às pessoas com hipertensão arterial sistêmica (HAS) a partir da experiência dos usuários do município de Niterói (Rio de Janeiro). Foram entrevistados 14 usuários (8 do gênero feminino) com média de idade de 68,25 anos de 3 unidades do Programa Médico de Família (Cantagalo, Matapaca e Maceió) da regional Pendotiba. A coleta dos dados foi realizada entre os meses de outubro a dezembro de 2021 por meio de entrevistas semiestruturadas individuais e incluíram: dados sociodemográficos, primeiro acesso e diagnóstico da HAS, aspectos relacionados à coordenação do cuidado e à assistência à saúde na atenção especializada. As entrevistas foram transcritas e analisadas qualitativamente. Os resultados apontaram que a maioria dos usuários avaliou positivamente a assistência recebida, sendo o médico do PMF o profissional de referência, embora a falta de comunicação entre esse profissional e o da especializada tenha sido relatada. O diagnóstico de HAS de todos os entrevistados, entretanto, foi realizado em serviço de emergência. Os usuários não relataram efeitos da pandemia de COVID-19 no acompanhamento de suas condições de saúde. As principais barreiras apontadas pelos usuários foram: falta de vínculo com os profissionais do PMF devido à alta rotatividade, ausência de contrarreferência, demora no agendamento da primeira consulta na atenção especializada e na realização de exames. Diante desse cenário, muitos usuários têm recorrido à assistência privada com importantes prejuízos para o orçamento familiar. A ausência de comunicação entre pontos e profissionais de rede é um entrave a ser superado para garantia de cuidados contínuos e integrais. Adicionalmente, dificuldades de acesso à atenção especializada implicam em desassistência, busca de serviços privados desconectados da rede pública e, portanto, com baixa capacidade de resolução de agravos crônicos. A eliminação dessas barreiras é fundamental para uma assistência à saúde oportuna e de qualidade aos usuários hipertensos do Sistema Único de Saúde no município de Niterói.