Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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MUDANÇAS NAS PRÁXIS DO APOIO INSTITUCIONAL A PARTIR DA EXPERIMENTAÇÃO DO MESTRADO PROFISSIONAL
Gisele Vasques Macedo, Ana Lúcia Abrahão da Silva

Última alteração: 2022-01-12

Resumo


Trata-se de um relato de experiência que articula o trabalho como apoiadora institucional da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, com as reflexões provocadas após ingressar no Mestrado Profissional. O apoio institucional é uma ferramenta de apoio à cogestão, muito utilizado junto às políticas públicas de saúde no Brasil, sendo a Política Nacional de Humanização (PNH) o seu marco histórico, ético e político. A PNH valoriza: a dimensão subjetiva dos usuários, trabalhadores e gestores; o trabalho em equipe; a grupalidade e a produção de sujeitos coletivos. Assim, como discute propostas para as mudanças dos processos de trabalho da assistência e da gestão. Muitas experiências são encontradas no campo da Saúde mental e da Atenção primária à saúde no uso do apoio institucional, no entanto minha experiência se dá no contexto da Rede de Urgência e Emergência e também na discussão de redes e fomento à PNH em diversos municípios do Estado do Rio de Janeiro. Os grupos de trabalho, que facilitei antes da vivência do mestrado, tinham um caráter muito técnico e formador, não fomentando sujeitos críticos no processo. Durante muitos anos somente era focado nas capacitações do protocolo de Acolhimento com Classificação de risco e ainda que se falasse do dispositivo durantes as palestras, eram poucas trocas nas discussões que abordassem as realidades vivenciadas pelos profissionais. Durante anos, o trabalho do apoio institucional veio flutuando em ações que ora se aproximavam e ora se distanciavam do que é o proposto como sua função primordial em fazer os coletivos refletirem sobre seus processos de trabalho, como também ofertar ferramentas que sirvam para intervir nas mudanças das práticas assistenciais e gerenciais do cotidiano do trabalho. É então, nestes altos e baixos que consigo experimentar um novo lugar com as reflexões e conhecimentos agregados agora como mestranda, onde estou inserida na linha de pesquisa de Educação permanente para o SUS, junto ao Grupo de pesquisa. Consigo aplicar uma escuta mais apurada e também uma análise mais afetuosa do processo de trabalho, junto aos profissionais, gestores e usuários e com isso ver que um pensamento crítico é desafiador, tentar fomentá-lo nos grupos que apoio é muito mais desafiador ainda, porém pude perceber, e que não conseguia antes, que só é possível atuar como apoiadora institucional na condução de espaços coletivos, se for possível reaprender, ensinar, reler, aprender, questionar, revisitar, afetar-se entre tantos outros verbos...Compreender que a Educação permanente em saúde perpassa tantos processos no fazer e ensinar na construção da prática profissional. E assim compartilho e finalizo de uma concepção de Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia, que muito me inspirou ao iniciar este mestrado, onde nos traz que só pensar criticamente não é o suficiente. Precisa-se fazer e pensar sobre o próprio fazer, de forma que o discurso teórico sobre a reflexão crítica, se torne tão concreto a ponto de se confundir com a prática.

Palavras-chaves: Apoio institucional. Mestrado profissional. Política Nacional de Humanização. Educação permanente em saúde.