Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Percepção dos gestores da rede de proteção social e da saúde sobre a População em Situação de Rua: (des)informação e comunicação na pandemia da Covid-19
Ana Maria Caldeira Oliveira, Ana Luisa Jorge Martins, Luísa Matta Machado Fernandes, Paulo Vítor da Silva, Andreza Fernanda de Oliveira, Lavínia Bárbara Couto Pereira, Helvécio Miranda Magalhães Júnior

Última alteração: 2022-01-18

Resumo


Introdução: a pandemia da Covid-19 tem se manifestado com intensidades, qualidades e formas de agravo muito distintas, estabelecendo diferentes relações com as condições socioeconômicas, ambientais, coletivas e até mesmo individuais. Nesse sentido, a População em Situação de Rua (PSR) merece especial atenção por estar exposta a múltiplos fatores de risco à sua saúde. Objetivo: desvelar como se desenvolveram as ações de informação e comunicação na pandemia. Metodologia: esse estudo apresenta o pensamento e o conhecimento dos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) que trabalham diretamente com a PSR sobre informação e comunicação na pandemia da Covid-19. Estão sendo realizadas entrevistas individuais com os gestores do SUS e do SUAS de Belo Horizonte. O período previsto para a coleta de dados é de 01/10/2021 a 30/12/2021. Dessa maneira, apresentamos uma prévia dos resultados encontrados. Esse trabalho é um recorte da pesquisa da Fiocruz-Minas “Alcance das políticas de proteção social e de saúde do município de Belo Horizonte para a População em Situação de Rua frente à pandemia da Covid-19”. Resultados e discussão: são apresentadas duas categorias: pandemia e mídia. As narrativas relatam um desconhecimento sobre a pandemia: seu início no Brasil; como trabalhar na pandemia; quais Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) utilizar; e acima de tudo, o medo do desconhecido. Os gestores demonstraram também preocupação com a maneira como a PSR tomou conhecimento sobre a pandemia. No início da pandemia o ministro Mandetta e sua equipe adotaram a realização de Coletivas de Impressa, transmitidas na TV e em mídias sociais, repassando ações desenvolvidas de forma simples e objetiva. Além disso, o Ministério da Saúde (MS) divulgava dados epidemiológicos e informações confiáveis em seu portal. Com o agravamento da pandemia em junho de 2020, o MS alterou a forma de divulgação dos dados sobre a Covid-19, provocando uma reação dos veículos de comunicação brasileiros, que decidiram trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias nos 26 estados e no Distrito Federal. Em outra frente, o Conselho Nacional de Saúde recomendou às autoridades estaduais e municipais, a ampliação dos esforços para o fornecimento e utilização de EPIs, de qualidade e em quantidade, adequados ao risco de exposição. Em relação a mídia, os gestores questionaram as estratégias de comunicação utilizadas para informar sobre a pandemia: a falta e ao mesmo tempo a abundância de informações, muitas delas erradas. De fato, verificou-se o fenômeno da infodemia associada à Covid-19, caracterizada como a abundância de informações, muitas erradas, disseminadas propositalmente para prejudicar a resposta da saúde pública ou promover agendas alternativas de grupos ou indivíduos. Considerações Finais: a falta de empenho do governo federal prejudicou as ações de comunicação e informação sobre a pandemia. Constatou-se a ausência de uma estratégia de comunicação voltada para as populações vulnerabilizadas, entre elas a PSR. Constatou-se também a disseminação de informações falsas, o excesso de informações, que levaram à exaustão, desinteresse e até mesmo adoecimento da população.