Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PROCESSO DE TRABALHO NO CONTEXTO DA COVID-19, EM SOBRAL, CEARÁ.
Neíres Alves de Freitas, Leilson Lira de Lima, Mikaele Alves Freitas, Maria Rocineide Ferreira da Silva, Adriano Matos Cunha, Elem Juliana Silva Santana, José Henrique Moreira de Albuquerque, Bruna Araújo Madeira

Última alteração: 2022-01-24

Resumo


Apresentação: O Sistema Único de Saúde (SUS) é gestado em 1988, regulamentado através da Lei 8080/90 e 8142/90, assegurando a saúde como direito de todos e dever do Estado brasileiro. Tem-se, nesse sentido um sistema de saúde que é considerado um dos maiores do mundo, sendo único e gratuito. Portanto, deflagra-se a partir dessa prerrogativa a necessidade de concretizar em suas práticas assistenciais e na organização dos serviços, a integralidade do cuidado. Destacam-se como princípios e diretrizes ordenadoras: a universalidade, a integralidade, a equidade, a descentralização, a hierarquização e a  participação social. A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo novo coronavírus descoberta no final de 2019 e tendo transmissão global no primeiro semestre de 2020. A doença instituída, denominada COVID-19, uma grande família de vírus respiratórios de RNA que podem causar infecções graves nas vias aéreas se espalhou rapidamente pelo mundo como vimos nos últimos meses. O vírus altamente infeccioso infecta 2,5 pessoas em média. A partir de então à COVID-19 tem-se tornado um importante desafio para a saúde mundial devido a potencial capacidade de sua rápida disseminação no mundo inteiro. Apesar dos impactos advindos da pandemia em curso, encontra-se a oportunidade de promover a reflexão acerca da saúde, principalmente do SUS brasileiro, a fim de avaliar e compreender suas necessidades e assim intervir quanto ao aperfeiçoamento de tal sistema, para se alcançar a melhoria na qualidade da assistência ofertada. De acordo com o MS, acolher é reconhecer o que o outro traz como legítima e singular necessidade de saúde. Assim, as ações e cuidado de saúde inerente a tempos de pandemia se faz necessário e mandatório na nova conjuntura e realidade da ESF. Esse trabalho teve como objetivo relatar a reorganização do processo de trabalho na Estratégia Saúde da Família em tempo de Covid em Sobral, Ceará. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência, realizada com a comunidade dos bairros Cohab 2 e Sinhá Sabóia, localizados na cidade de Sobral, Ceará, no período de abril a novembro de 2021.Envolveram-se nessas ações profissionais do Centro de Saúde da Família (CSF), e atores sociais, representados por agentes comunitários de saúde, gerentes, representantes da rádio comunitária, lideranças locais, e profissionais da Residência Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF), sendo esses um Enfermeiro, uma Assistente Social, uma Farmacêutica, e um Profissional de Educação Física. Os momentos aconteceram nos próprios CSF dos dois bairros, e em equipamentos sociais diversos da área, através de mobilizações. Essas atividades foram desenvolvidas através de salas de espera, rodas de quarteirão, programas de rádio, nas escolas em que ocorriam as campanhas, metodologias participativas. Para coleta de informações foi elaborado um diário de campo acerca dos impactos dessas ações para os usuários e no cotidiano do serviço. Resultados e Impactos: As atividades aconteceram mediante o uso de metodologias ativas, através de ações coletivas junto à comunidade. Algumas que se pode citar, foram: Uso de Educação Permanente com o usodo referencial do Arco de Charles Maguerez; sala de espera uso de técnica metaplan; grupos de cuidado sobre o contexto pandêmico com uso de musicoterapia, roda de conversa, núvem de palavras e painéis integrados. As rodas de gestão do CSF com uso de meditação guiada, exposição dialogada sobre a Covid-19, processo de trabalho e acolhimento; Roda de quarteirão com uso de álbum seriado; uso da rádio comunitária para interação com as pessoas da comunidade para educação em saúde e participação popular; visitas domiciliares; atividade coletivas; ações com jovens escolares das Escolas do bairo, sobre Covid e dengue e atenção psicossocial na pandemia; e muitas  campanhas de vacinação diferenciadas. Estas ocorreram em pontos estratégicos dos bairros, como escolas centrais de fácil acesso para toda população. No ato de cada campanha havia um revezamento dos profissionais da equipe mínima e multiprofissional que iriam contribuir, sendo dividido o público a ser imunizado por faixa etária, no caso de pacientes restritos ao lar, a imunização era realizada no próprio domicílio. Paralelo a campanha de imunização, ocorriam os momentos de educação em saúde, por meio das salas de espera, rodas de quarteirão, da rádio comunitária, e das mídias digitais, onde o intuito era esclarecer dúvidas e anseios a respeito da vacinação, suas diferenciações e efetividade, informar sobre o público alvo de cada etapa, sendo realizado em diversos dias da semana, e na própria campanha de vacinação, onde ocorria distribuição de máscaras, concomitante com falas de sensibilização à comunidade sobre as medidas protetivas, que devem continuar posterior à vacinação. Foi possível observar que a população em sua maioria reconhecia a importância da vacinação e tinha interesse, mas que havia e há muito medo e desconhecimento, dessa forma, a equipe multiprofissional, juntamente com a equipe mínima deve ser capaz de forma incisiva com esse público, promovendo mais momentos de educação em saúde, visando a sensibilização da comunidade onde atua, com intuito de se obter melhores índices de vacinação, e, consequentemente, diminuição de agravos. Considerações Finais: A nova conjuntura de reorganização do cuidado na ESF em tempos de pandemia nos desafiam, ao mesmo tempo que nos possibilitam recriar cenas, e fortalecer práticas e estratégias de cuidado na ESF, como meio de esclarecimento e estímulo à comunidade, no cuidado de si e do outro através das ações programadas cotidianamente, tanto para Covid-19, quanto para todas as outras práticas inerentes a rotina do CSF. Essa experiência reforça a importância da APS, e dos, na promoção da saúde, continuidade das ações próprias da ESF; vigilância à saúde; suporte assistencial e social aos usuários com Covid-19, de forma a possibilitar a integralidade da assistência aos usuários do SUS.

Palavras-chave: SUS; Covid-19; Cuidado.