Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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MODELO DE MAPA MENTAL NA GESTÃO DA ATENÇÃO ESPECIALIZADA EM SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Kamyla de Arruda Pedrosa, Márcio de Oliveira Mota, Carolina Drummond Barboza, Moema Diogo Pompeu Bezerra, Daniely Bezerra de Castro Sena

Última alteração: 2022-01-25

Resumo


Apresentação: A Atenção Especializada (AE) consiste no conjunto de ações e serviços em saúde a partir de processos de maior densidade tecnológica. Na perspectiva assistencial, a Atenção Especializada é composta por ações e serviços da atenção secundária ou média complexidade, da atenção terciária ou alta complexidade, além da área de urgência e emergência. Para trazer estratégias metodológicas eficazes, capazes de facilitar a reflexão crítica dos alunos sobre suas próprias atividades ou práticas na visualização da informação sobre a AE, usando organizadores gráficos, isto inclui os mapas mentais criados por Buzan durante a década de 1970. Essa técnica facilita aspectos relacionados à compreensão, organização e memória de informações. Os mapas mentais conseguem expressar de forma gráfica e não linear uma grande quantidade de informações e dados sobre um determinado tema. Portanto, levantou-se o problema científico: como organizar graficamente os conteúdos relacionados às configurações para a gestão na Atenção Especializada em Saúde para contribuir com o direcionamento de trabalhos de futuros gestores? A pesquisa foi realizada com o objetivo de fazer um mapa mental sobre as configurações para Atenção Especializada em Saúde para contribuir com o direcionamento do trabalho de gestores em hospitais e clínicas especializadas.  Desenvolvimento do trabalho: A população do estudo foi composta por quatro alunas do Mestrado Profissional de Gestão em Saúde (MEPGES) da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Foram utilizados métodos empíricos e a síntese da experiência foi realizada em três etapas: a) Obtenção de informações: análise bibliográfica e documental em bancos e bases de dados e na literatura cinzenta relacionada ao tema “Atenção Especializada em Saúde”; b) Interpretação de textos: foram selecionados por cada aluna; c) Reflexão e avaliação: cada aluna relacionou o tema com a própria experiência, conhecimento e ideias. Foram realizadas 3 rodas de conversa utilizando a tecnologia Google Meet entre as alunas de formação multiprofissional enfermagem, fonoaudiologia, farmácia e nutrição, todas com experiência de gestão geral ou setoriais em hospitais ou policlínica, e com participação em gestão da qualidade, comissões ou Núcleos de Segurança do Paciente. Na construção do mapa mental foi utilizada a ferramenta gratuita disponível em https://www.goconqr.com/, ressaltando que as tecnologias de informação e comunicação abrem todo um novo leque de possibilidades para a construção de mapas mentais como estratégias de aprendizagem.  Resultados e/ou impactos: O mapa mental é um método de análise que permite organizar facilmente os seus pensamentos e utilizar ao máximo as suas capacidades mentais, e seu desenvolvimento permite conhecer os valores desenvolvidos pelos alunos e avaliar a imagem que eles têm sobre o tema. Com isto, foram detectados cinco tópicos principais nas ramificações para a compreensão dos conteúdos teóricos e pela percepção na melhora da fixação dos conteúdos: a) Na Gestão encontra-se o planejamento estratégico, tático e operacional, bem como a definição da identidade organizacional, estabelecendo a missão, visão, valores, negócio e vantagem competitiva da instituição. Buscando conhecer o campo de atuação da instituição foi enfatizado o conhecimento das pactuações da instituição na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), realizando pesquisa nos documentos: Plano diretor de Regionalização (PDR), Plano Diretor de Investimentos (PDI), Programação Pactuada Integrada (PPI) e Redes de Atenção à Saúde (RAS). Durantes as discussões foram dadas ênfase no conhecimento de todos os stakeholders e no adequado gerenciamento da logística na instituição na redução dos custos e desperdícios. Na gestão da qualidade foi relatado que é imprescindível a obtenção do selo de qualidade por alguma Instituição Acreditadora Credenciada (IAC) na Organização Nacional de Acreditação (ONA) em saúde e a aplicação da metodologia Lean usando ferramentas da qualidade como o 5S, Kaizen, padronização dos processos, Kanban e gestão visual. Quanto aos modelos de gestão foram indicados dois para aplicação na AE: gestão por processos (macroprocessos) e gestão para resultados (contratos). b) Na identificação de locais que geram a produção média e alta complexidade  (MAC) identificou-se: Centro Especializado de Reabilitação (CER), Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), Serviços de Atendimento Móvel as Urgência (SAMU), Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Força Nacional de Saúde (FNS-SUS), Consórcio: Policlínica e Centros de Especialidades Odontológicas (CEO), Atenção Primária à Saúde (APS), Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Hospital e Centro de Atendimento para enfrentamento à COVID-19 (CAE COVID-19). c) Somando-se a gestão e aos locais, há um dos aspectos observados que foi o acesso à informação e o registro das produções da instituição usando sistemas de informação em saúde do SUS: Sistema de Informação do Câncer (SISCAN); Boletim de Produção Ambulatorial (BPA); Sistema de Informação Ambulatorial (SIA); Sistema de Informação Hospitalar (SIH); Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES); Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e Órteses, Próteses e Materiais do SUS (SIGTAP); Sistema de Regulação (SISREG) a nível nacional e software de Gestão de Complexo Regulador Fast Medic no Estado do Ceará na Regulação a nível local e de referência; Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS): produção e indicadores; Saúde Digital: Central de Regulação do Estado (CORAC), da Secretaria da Saúde do Ceará (SESA) - CORAC/SESA: PPI e produção ambulatorial e hospitalar; e INTEGRASUS (plataforma de transparência no Estado do Ceará). d) Na identificação dos tipos de serviços de saúde oferecidos a população na AE foram identificados que podem ser três: eletivo, emergência e urgência. e) E por último, pontuou-se a importância das tecnologias em saúde atualmente presentes na AE como a telemedicina (laudos de tomografia, raio-x, mamografia, eletrocardiograma e eletroencefalograma), sistema informatizado de prontuário e resultados dos exames laboratoriais e anatomopatológicos via web. Por acreditar-se no potencial dos mapas mentais como estratégia facilitadora tanto na aprendizagem significativa como na empregabilidade no ambiente de trabalho, este mapa poderá ser importante no entendimento da complexidade no desenvolvimento da gestão da AE. Considerações finais: O mapa mental da Atenção Especializada em saúde foi elaborado com caráter sistêmico, o que contribuirá para o direcionamento de trabalhos para os futuros gestores. É através dos mapas mentais que os indivíduos demonstram a sua experiência em gestão em saúde, a sua realidade no ambiente de trabalho, o conhecimento que tem da instituição, de orientação, os principais pontos de referências, enfim, através destes pode-se conhecer melhor a realidade dos gestores e profissionais em instituições de saúde.