Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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O desafio da orientação em sala de espera para a formação do fisioterapeuta: relato de experiência do Estágio Supervisionado em Fisioterapia na Atenção Básica
Gabriella De Almeida Raschke Medeiros, Nathália de Oliveira Franco, Ana Carolina Abasto de Almeida, Alexsandra Marinho Dias

Última alteração: 2022-01-16

Resumo


Apresentação: O Sistema Único de Saúde (SUS) tem como princípios doutrinários a universalidade, integralidade e equidade. No âmbito municipal, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) se configuram como porta de entrada da população para o sistema de saúde, devendo este primeiro contato ser acolhedor e resolutivo. Neste sentido, a sala de espera pode ser compreendida como um espaço ambíguo. Ao mesmo tempo em que gera ansiedade e angústia devido ao tempo de espera por atendimento e comentários negativos entorno dos serviços públicos de saúde, ela também pode se configurar como um espaço para aproximar a equipe da comunidade, estreitar laços de acolhimento e exercitar a humanização das relações. O presente trabalho tem por objetivo relatar a experiência da orientação aos usuários em sala de espera durante o Estágio Supervisionado de Fisioterapia na Atenção Básica de uma universidade comunitária de Santa Catarina. Desenvolvimento: O referido estágio é realizado em duas UBSs do município de Camboriú (SC) desde 2020/2. Ao chegar na UBS os estagiários planejam suas atividades diárias que incluem barreira sanitária, acompanhamento na recepção e vacinação, participação em pré-consulta e consultas compartilhadas, visitas domiciliares, realização de grupos de saúde e atendimentos de fisioterapia. No que se refere a orientação em sala de espera, os estagiários são estimulados e se sentarem junto aos usuários que aguardam por consulta para conhecer os motivos que os levaram até a UBS, como tem sido o cuidado ofertado pela equipe de saúde e o atendimento de suas necessidades para, a partir de então, contribuir com orientações para autocuidado e de educação em saúde. Impactos: Para a maior parte dos estagiários, este é o primeiro contato com a Atenção Básica desde o início da graduação e a orientação em sala de espera se constitui numa das atividades mais desafiadoras por desestabilizar e retirar dos estagiários a posição central de cuidado e do tratamento. A escuta aos usuários requer disponibilidade de tempo, atenção à história narrada, articulação de estratégias de cuidado e raciocínio rápido para elaboração de orientações e de estratégias educativas para necessidades gerais de saúde e não apenas de cunho reabilitador. A horizontalidade da relação proporcionada pelas estratégias educativas contribui para a transformação de comportamentos, desenvolvimento da autonomia e da qualidade de vida. Considerações finais: Apesar das importantes mudanças curriculares, o fisioterapeuta ainda é formado para desenvolver seu trabalho em ações curativas e reabilitadoras em clínicas especializadas ou hospitais. A experiência do estágio na Atenção Básica proporciona novas facetas da realidade sanitária brasileira, coloca os estagiários em contato direto as necessidades de indivíduos, famílias e comunidade, contribuindo para uma formação humanizada, crítica e reflexiva.