Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Jardins terapêuticos no município de Vitória: valorizando o saber tradicional e ampliando o vínculo
Henriqueta Sacramento

Última alteração: 2022-01-25

Resumo


APRESENTAÇÃO

As plantas medicinais e fitoterapia foram institucionalizadas no SUS no município de Vitória-ES, em 2009, através da Lei Municipal n.º 7.486, que cria a Política Municipal de Plantas Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos, e define os Jardins terapêuticos como: “espaço de troca de informações sobre o saber tradicional e saber científico das plantas medicinais visando a identificação, cultivo, preparo e uso seguro das mesmas”. A participação popular ganha espaço para maior interlocução dos saberes tradicionais e populares, com as diversas formas de cuidado na atenção básica. OBJETIVOS: Resgatar o saber popular ampliando a autoestima e valorização do uso tradicional de plantas medicinais; Estimular a participação da comunidade para o cultivo e uso consciente e racional das plantas medicinais; Auxiliar na redução da medicalização social. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Nos moldes da educação popular em saúde, estimula-se os moradores a refletir o consumo consciente, o uso caseiro e tradicional, o risco dos agrotóxicos para a saúde e ambiente, e a preservação das espécies. Privilegia-se a participação e a prática dos atores sociais no cotidiano dos serviços de saúde visando à compreensão dos indivíduos e coletividades em suas singularidades. As ações de educação e promoção da saúde no território de saúde são priorizadas para que se tenha um olhar ampliado do processo saúde-doença e do cuidado integral. É ofertado o Curso “Plantando saúde” visando: incentivo à alimentação saudável e orgânica; cultivo das plantas medicinais, controle de pragas e de doenças; preparo de chás, xaropes, sachês aromáticos, geleias, repelentes naturais; uso racional das plantas medicinais.

RESULTADOS: Desde 2010, foram implantados 13 Jardins terapêuticos: 9 em unidades básicas de saúde, 3 em Centros de atenção psicossocial e um no Centro municipal de especialidades Vitória. Ampliação das categorias profissionais que são referências dos jardins terapêuticos e que participaram dos cursos de Fitoterapia na atenção básica e oficinas sobre Fitoterapia, quais sejam: técnico esportivo, enfermeiro, médico, psicólogo, terapeuta ocupacional, agente comunitário de saúde, auxiliar de enfermagem, farmacêutico, dentista e assistente social. Com o sucesso do projeto ocorreu a inclusão dos Jardins Terapêuticos na meta social nº5, do Plano Plurianual (2018-2021), visando ampliar o número de jardins terapêuticos nos territórios e inclusão das hortas urbanas comunitárias. Observou-se ampliação de 100% do número de prescritores de fitoterápicos nos últimos 5 anos e o aumento do interesse dos profissionais para participação dos Cursos e oficinas de fitoterapia ofertadas. Repercussão positiva nos territórios com a participação de diversas Secretarias e instituições em ações conjuntas e intersetoriais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A institucionalização dos Jardins terapêuticos foi fundamental para a intersetorialidade e empoderamento da comunidade garantindo o incentivo ao cultivo de ervas medicinais e aromáticas em diversos espaços públicos além dos serviços da rede de saúde, tais como escolas e creches, bem como a inclusão das hortas urbanas comunitárias no PPA.