Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A VIOLÊNCIA SEXUAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO CONTEXTO DE PANDEMIA POR COVID-19: REVISÃO INTEGRATIVA
Fabileny Sara Barcelos, Sara da Conceição Cajazeira, Esthefany Pereira Estevam, Yasmin Neves Soares, Luana Marques Ribeiro, Francisco Naildo Cardoso Leitão, Fabiana Rosa Neves Smiderle

Última alteração: 2022-01-19

Resumo


Introdução: A cada hora, quatro meninas de até 13 anos são estupradas no país, segundo os dados coletados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019, 63,8% das denúncias de estupro no Brasil são de crimes cometidos contra vulneráveis e mais de 5.636 casos registrados como estupro que devem ser, de fato, estupro de vulnerável, visto que compreendem a faixa etária de 0 a 13 anos. Segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), houve decréscimo nos números de registro de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes durante o período de pandemia do coronavírus. São dados que, no cenário de pandemia, não podem ser ignorados. É sabido que a maioria desses casos ocorrem de maneira que a vítima é silenciada. O vínculo e cumplicidade que pode existir com o agressor que geralmente é parente, amigo ou próximo da família de alguma maneira, o silêncio e o constante questionamento por falta de credibilidade na palavra das vítimas, torna ainda mais grave o momento de isolamento a que todos estão submetidos. Objetivo: Descrever a violência sexual em crianças e adolescentes no contexto de pandemia por covid-19. Método: Trata-se de uma revisão integrativa realizada na base de dados Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), por meio da estratégia de busca com os descritores: Violência sexual AND Saúde da criança AND Saúde do adolescente AND Pandemia. Primeiro iniciou-se uma busca, utilizando os filtros em língua portuguesa e língua inglesa, com a data de publicação até 3 anos, sendo de 2019 a 2021. Onde foram identificados 10 artigos dos quais 5 não estavam relacionados ao tema de estudo, permanecendo apenas cinco artigos analisados. Resultados: Os registros de estupro e estupro de vulnerável recuaram 11,8% e 22,5%, respectivamente, na comparação do ano de 2019 com o período anterior. Essa queda parece indicar que os casos diminuíram, mas é somente um retrato da subnotificação decorrente do isolamento social. Percebeu-se que, infelizmente, o maior risco para as crianças abusadas sexualmente são as pessoas em que mais confiam. É chamada de violência intrafamiliar qualquer violência física, emocional, psicológica, patrimonial ou simbólica, praticada dentro da esfera familiar, onde as vítimas mais vulneráveis são silenciadas e não procuram ajuda especializada em razão do medo do julgamento e do agressor. Conclusão: Para a efetiva proteção de todos os menores brasileiros, é indiscutível a necessidade da distribuição de cartilhas explicativas para auxiliarem os professores no aconselhamento dos jovens no descobrimento da própria sexualidade, capacitando-os a conversar sobre o assunto sem medo e constrangimento. Com certeza, se essa prática fosse mais incentivada no Brasil, o número de vítimas a procurar ajuda subiria e o combate à pedofilia seria mais eficaz, diminuindo os impactos negativos do isolamento social nas vidas desses menores.

Palavras-chave: Violência sexual. Saúde da criança. Saúde do adolescente. Pandemia.