Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Violência doméstica e os efeitos na saúde mental: uma relação emergente a ser pensada em tempo de pandemia
Pâmela da Silva Braz

Última alteração: 2022-01-19

Resumo


O presente resumo tem como proposito trazer o questionamento sobre o tema da violência doméstica contra mulheres e a relação com a saúde mental, no cenário de pandemia do COVID-19, apresentado na banca de qualificação do Mestrado em Política Social e Serviço Social (PPGPSSS), pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Como objetivo geral o projeto de pesquisa buscará analisar a relação da saúde mental e a violência doméstica contra mulheres, atendidas nos Centros de Referência de Atendimento à Mulher em municípios da região Metropolitana de Porto Alegre. Cabe destacar que desde o início da pandemia os profissionais da rede intersetorial (saúde, assistência social, educação, entre outros) foram desafiados a lidar com o novo, esse período tem demandado múltiplos esforços. Percebe-se que alguns serviços tiveram reduções de trabalhadores (como é o caso de pessoas com comorbidades que foram afastadas de suas atividades), diminuição de atividades como grupos, oficinas e atividades integrativas que em alguns lugares tiveram que ser interrompidas. Assim, as estratégias de acolhimento e acompanhamento, antes encontradas nos espaços ofertados pelas políticas setoriais, se tornaram ainda mais limitadas para o convívio social por estarem com atendimento mais restrito, como se constata em municípios na Região Metropolitana de Porto Alegre. O agravante da violência doméstica evidencia vários fatores sociais atrelados às mudanças ocorridas recentemente, dentre esses: a diminuição dos contatos com rede socioafetiva; renda familiar; as relações abusivas entre as pessoas se exaspera, onde as restrições para manter o isolamento social na pandemia são utilizadas ao encontro do controle e da possessão. Assim, o tema não parte ileso, carrega histórias singulares. O tipo de estudo escolhido para a pesquisa é de natureza qualitativa, do tipo exploratório e descritivo, bibliográfica e de campo, realizar-se-á entrevista semiestruturada. As participantes do estudo serão as mulheres vítimas de violência doméstica, em acompanhamento no Centro de Referência da Mulher (CRAM) situados nos Municípios de Canoas, Estância Velha, Gravataí, Ivoti, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapiranga, Parobé, Porto Alegre e Viamão. Essas cidades foram escolhidas por estarem alocadas na Região Metropolitana de Porto Alegre e por contarem nas suas redes com o CRAM. A pesquisa ainda está em desenvolvimentos, mas pode-se concluir que indiscutivelmente esse momento é único, somos parte de um contexto histórico, que nos dá evidências de que reforçar o cuidado em rede, a partir da intersetorialidade, é também reforçar uma lógica de cuidado e garantia de direitos que se defende, para romper com o processo de violência doméstica contra às mulheres.