Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-01-14
Resumo
Introdução: O gestor em saúde é a peça que impulsiona e energiza a sua equipe interferindo e impactando, positiva ou negativamente, no processo de trabalho da instituição e nas relações intersubjetivas.
Objetivo: Este estudo objetiva mostrar que uma gestão humanizada e democrática, influencia na construção de sujeitos e melhora a gestão num estabelecimento municipal de saúde de um município de pequeno porte populacional (menos de 20 mil habitantes), localizado no interior do estado do Espírito Santo – Brasil. Pensou-se nesse trabalho a partir de experiências prévias da primeira autora com a fragilidade do envolvimento da equipe no planejamento do processo de trabalho neste estabelecimento.
Método: Estudo qualitativo que se apoiou na observação participante junto ao estabelecimento municipal de saúde por um período de 11 meses. Identificou-se os principais núcleos temáticos.
Resultados: Em linhas gerais, constatou-se fragilidades quanto a participação da equipe no planejamento do processo de trabalho, problemas relativos aos recursos, infraestrutura e dimensionamento da capacidade operacional no estabelecimento em questão. Não há participação efetiva da equipe nas discussões para definir os processos organizacionais de trabalho do estabelecimento. As demandas que surgem são decididas de maneira centralizada e as decisões repassadas ao coletivo, não gerando debate e encaminhamentos mais profícuos, o que contribui para a baixa efetividade do processo de trabalho. Há uma dificuldade de organização no trabalho em decorrência da falta de recursos humanos e deficiência da área física. Além disso, muitos usuários não conseguem dá continuidade ao tratamento em razão da falta de insumos. Tais fragilidades acabam enfraquecendo e reduzindo as possibilidades de atendimento das demandas neste estabelecimento de saúde.
Conclusão: É fundamental iniciativa que gestores saiam da tradição tayloristafordista, onde a compreensão de trabalho é pautada na imposição e reconheçam a importância da gestão democrática, onde a inserção da equipe na participação e discussão do processo de trabalho promove transformações na organização da gestão e nas relações intersubjetivas. Por fim, acredita-se que as ações institucionais, sejam elas gerenciais ou assistenciais, quando construídas numa parceria e consensos tendenciam a serem melhores e mais duradouras.
Descritores: Gestão democrática; Constituição do sujeito; Democracia em instituição; Tradição tayloristafordista.