Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-01-24
Resumo
APRESENTAÇÃO: A atenção primaria à saúde (APS) é a porta de entrada do cliente para o sistema público de saúde, e durante a pandemia de COVID-19, iniciada no ano de 2020, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade de Macapá, no estado do Amapá, se viram na necessidade de adaptar bruscamente a rotina de trabalho a partir do contexto situacional. Perante o exposto, observou-se fragilidades nos atendimentos prestados por essas instituições, dentre eles o pré-natal, especificamente, a cobertura de testagem rápida de sífilis e HIV em gestantes. Dada a necessidade de execução dos testes em cada trimestre de gestação, a interrupção da rotina de consultas demonstra o impacto inicial para a baixa monitorização das infecções sexualmente transmissíveis (IST) em questão. Alicerçado nisso, o presente estudo tem como objetivo evidenciar os impactos da baixa realização de testes rápidos para as IST em gestantes na cidade de Macapá-AP. DESENVOLVIMENTO: O estudo em questão resulta da experiência das autoras ao longo do desenvolvimento de um projeto de iniciação cientifica, voltado para a coleta de dados da cobertura e prevalência de testagem rápida em gestantes nas Unidades Básicas de Saúde do município de Macapá, capital do estado do Amapá. Durante a análise de prontuários e registros de testagem rápida para sífilis e HIV em gestantes, buscou-se pontuar os possíveis impactos da pandemia de coronavírus na qualidade e efetividade dos testes rápidos para IST. RESULTADOS: No decorrer da análise dos registros, constatou-se que em anos anteriores a 2020 o número de testes realizados em gestantes mantinha-se uniforme e eram feitos com regularidade ao longo dos anos. Contudo, a partir do ano 2020, o cenário da Atenção Básica muda e a efetividade, presente nos anos anteriores, deixa de existir. Tal mudança decorre do isolamento social e do medo da doença disseminado na população, bem como, da suspensão de atendimentos não emergenciais e da adaptação de algumas unidades básicas de saúde para atendimentos voltados apenas para a COVID-19. Essas transformações impactaram a assistência pré-natal devido à baixa oferta e procura de atendimento, e a diminuição da cobertura de testagem e rastreamento de sífilis e HIV em gestantes, uma vez que elas passam a temer a contaminação por COVID-19 em detrimento da realização das 6 consultas mínimas de pré-natal. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ao longo da análise, percebeu-se que a diminuição da procura e realização de testagem rápida interfere no diagnóstico oportuno das infecções, impedindo o tratamento adequado e o aumento do risco de transmissão vertical e de manifestações clínicas congênitas, como também ocasiona redução de ações educativas e preventivas para essas patologias. Adicionalmente, demonstra desfalque nos registros de produção dos atendimentos pré-natais, oportunos para visualizar a prevalência dessas infecções e a qualidade da cobertura de testagem rápida e da assistência prestada.