Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Repercussões na saúde do trabalhador em saúde no contexto da pandemia do COVID-19
Marcelo Geik Siquara, Thaynara Kellen Marcilio de Oliveira, Renata Cristina Cypreste Quaresma

Última alteração: 2022-01-19

Resumo


Apresentação

O surgimento da pandemia do coronavírus (SARS-CoV-2) trouxe consigo inúmeras consequências forçando uma nova conformação epidemiológica à nível global. Devido ao caráter infectocontagioso da doença, surgiram reflexos na saúde ocupacional e mental, sobretudo nos serviços de saúde, culminando numa nova conformação de risco e vulnerabilidade. Este estudo clínico tem como objetivo discutir as repercussões da pandemia de COVID-19 nas relações de saúde e trabalho, visto o importante papel das atividades laborais no controle e disseminação da doença, assim como na assistência aos doentes.

Desenvolvimento

Trata-se de uma revisão bibliográfica com pesquisa realizada nas bases de dados Scielo, PubMed e Cochrane, utilizando como método de pesquisa a busca pelos seguintes descritores-chave: “saúde do trabalhador”, “coronavírus” e “pandemia” em português e inglês.

Resultados

A definição de serviços essenciais, assim como a necessidade de isolamento social levaram a uma vulnerabilidade programática, que somada a insuficiência de resposta do Estado e dos empregadores às necessidades dessas populações, intensificaram as desigualdades estruturais da sociedade brasileira. Somado a isso, o acúmulo de perdas de direitos trabalhistas e previdenciários que já estavam em evidência foi agravado pela aprovação da Medida Provisória – MP nº 927/2020 que fragilizou a proteção do trabalhador, exacerbando a exploração e impactando sobre a saúde desta população.

Como consequência, emergiram patologias de cunho físico e psíquico. Dentre estas vale destacar os distúrbios de ansiedade oriundos do esgotamento profissional, desemprego, isolamento social, aumento de jornada de trabalho, limitação do tempo de descanso, medo do contágio e transmissão da doença, diminuição das remunerações e redução das obrigações sobre segurança e saúde ocupacional. Observou-se, ainda, um importante aumento dos distúrbios do sono, sedentarismo, depressão, síndrome do pânico, ganho de peso, dentre outras comorbidades.

Vale ressaltar que profissionais da saúde estão entre os mais acometidos, uma vez que, em relação à população geral, apresentam três vezes mais chances de infectar-se. Apesar da pandemia ter transferido o local de trabalho de muitos profissionais para o home-office, aqueles que atuaram na linha de frente do combate ao coronavírus não puderam usufruir deste modo de execução, expondo-os a maiores chances de contaminação e manifestações graves da doença. De igual importância, notou-se uma precariedade nas medidas de prevenção, como concessão de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados, na capacitação sobre habilidades de trabalho seguras, acesso a serviços de saúde e fornecimento de meios de subsistência alternativos.

Considerações finais:

O somatório das informações coletadas neste artigo reforça as principais necessidades no contexto de Saúde do Trabalho, contribuindo na discussão de possíveis soluções. É indispensável que ocorra uma articulação entre os Governos a fim de implementar políticas que assegurem condições de trabalho adequadas e promovam redução do risco à saúde dos trabalhadores. É fundamental garantir medidas de prevenção do contágio dentro do ambiente laboral, dentre elas citam-se o uso de EPI’s, garantir distanciamento social, evitar aglomerações e realizar testagens regulares. Igualmente, é importante garantir apoio psicológico aos trabalhadores, assegurando também a efetividade de uma legislação trabalhista e previdenciária sólidas.