APRESENTAÇÃO

O presente trabalho traz reflexões sobre ações de educação em saúde realizadas em  vivências no Sistema Único de Saúde (SUS) em escolas públicas realizadas por acadêmicos do curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul, Passo Fundo (UFFS/PF).  Essas vivências, também chamadas de imersões, fazem parte do Componente Curricular de Saúde Coletiva I e são desenvolvidas em parceria com as secretarias de saúde e educação de municípios do norte gaúcho.

Assim, teve-se como objetivo contribuir na promoção e educação em saúde com crianças e adolescentes no município de Pontão/RS junto à duas escolas dentro de assentamentos da Reforma Agrária em parceria com as Equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF) sobre  prevenção de arboviroses, Covid-19 e sexualidade, pactuadas conjuntamente, permeadas pelo diálogo, construção compartilhada de saberes e entre os alunos e os graduandos.

DESENVOLVIMENTO

Foram realizadas atividades lúdicas, inspiradas no “Hospital do Ursinho”, buscando a sensibilização acerca das arboviroses, em especial, da dengue; tudo começava com uma introdução geral com a apresentação dos participantes e informações gerais do trabalho. Assim, cada criança, ao adentrar num espaço simulado de cuidado em saúde, recebia um ursinho nascido da mamãe-ursa, realizava seu registro dando-lhe um nome e ganhava a certidão de nascimento. Passada essa etapa, a criança era encaminhada para o espaço de cuidado do ursinho que estava com “dengue”.  Ali, podiam acompanhar as diversas etapas do tratamento (como triagem, exame de sangue…), e, após, recebiam um material informativo a ser entregue para a família.

Além disso, realizaram-se rodas de conversas, debates e compartilhamento de conhecimentos e experiências sobre a puberdade e as transformações no corpo ocasionado por esse período, a sexualidade e as infecções sexualmente transmissíveis como estratégia educativa, de promoção da saúde e prevenção, desenvolvida com crianças e adolescentes com reflexão, dinâmicas participativas.

RESULTADOS E IMPACTOS

As vivências possibilitaram afirmar a importância da Saúde Coletiva no curso de Medicina, a relevância da atuação junto ao SUS, seus serviços, atores sociais e territórios e a potência da educação para saúde com crianças e adolescentes. Mais de 300 jovens participaram das ações nas escolas. Além disso, os docentes dessas escolas e as equipes de ESF do município deram seguimento ao trabalho e a situações que surgiram na interação relacionadas ao sofrimento mental de crianças e adolescentes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As ações de educação em saúde junto às escolas e comunidades  contribuem para evidenciar a força da medicina social junto à população em suas localidades e singularidades. São nesses momentos dinâmicos de conversa em que se descobrem as reais necessidades que precisam ser atendidas em cada lugar.

É um compromisso de honrar dia após dia cada um dos fundamentos do SUS, em principal da integralidade e da participação comunitária. É a transformação da técnica na humanização do contato, da imersão real e da esperança para com o futuro. O profissional médico precisa manter sua formação perto do calor humano, e, na perspectiva de aproximar  todos os atores de uma vida de dignidade real.