Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Saúde mental indígena: um contexto de invisibilidade
Franciele Flodoaldo, Emily Ginelli, Gustavo Alberto Briske Klug, Francine Alves Gratival Raposo

Última alteração: 2022-01-16

Resumo


Apresentação/objetivo: A saúde de uma população pode ser influenciada por diversas variáveis, as quais estão associadas aos costumes individuais de cada grupo, às condições do habitat, ao modo para gerir a subsistência, aos fatores ecológicos, econômicos e sociais. Desse modo, os povos indígenas devem ser entendidos de acordo com suas especificidades. Nessa perspectiva, objetiva-se compreender os fatores de risco associados, bem como destacar o cenário de invisibilidade no que tange à saúde mental desse grupo. Desenvolvimento: O estudo trata-se de uma revisão sistemática, a qual compreende o processo de busca, análise e descrição dos referenciais teóricos a fim de reunir e sintetizar o conhecimento científico produzido sobre o tema investigado. Por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando como referências as bases de dados da Medical Literature Analysis and Retrieval System Online - MEDLINE e Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde - LILACS e por meio do por meio do SciELO (Brasil Scientific Electronic Library Online) fez-se a busca dos artigos. Como critérios de inclusão, tem-se: textos completos; gratuitos; idioma português, inglês e espanhol. Como critério de exclusão foram considerados os artigos repetidos e que não se relacionam à questão norteadora. Para a busca foram usados os Descritores em Ciências da Saúde - DeCS: “Mental Health”; “Indians”; “Ethnic Groups”, associados ao operador booleano AND. Após a busca, foi realizada leitura dos títulos e resumos e a seguir, realizou-se leitura detalhada dos artigos que foram usados para compor a pesquisa em questão.  Ademais, foram utilizados como fonte de informação livros e outros materiais de relevância científica associados ao tema. Resultados: O Ministério da Saúde reconhece a população indígena como vulnerável. Associado a este estado, está a alta incidência de problemas psicossociais, destacando-se a dependência química (álcool e outras drogas), uso abusivo e inadequado de medicamentos psicotrópicos, suicídio e violência.  Ao se tratar do uso de álcool e outras drogas, é importante considerar suas consequências diretas ou indiretas sobre a violência, acidentes, suicídios e outros problemas de saúde. No Brasil, a taxa de mortalidade por suicídio entre indígenas é quase três vezes maior do que a encontrada entre não indígenas.  Estima-se que, entre 2010 e 2017, houve aumento de 55,7% de mortalidade por suicídio entre os indígenas, a maioria eram homens e com idade entre 10 e 19 anos. A maior concentração de casos aconteceu nas regiões Norte e Centro-oeste. Além disso, ainda é necessário considerar a possibilidade de subnotificação, logo, esses dados podem ser ainda mais alarmantes. O suicídio é um fenômeno complexo que acomete alguns povos e comunidades indígenas e deve ser entendido a partir das múltiplas dimensões que o constitui. Considerações finais: Os povos indígenas vivem um cenário de invisibilidade no que tange à saúde mental, fato este que pode ser notado até mesmo pela necessidade de mais estudos. Dessa forma, essa parcela da população em estado de vulnerabilidade carece de medidas eficazes para sanar tal problemática.