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Introdução: A pandemia de covid-19 tem gerado inúmeras dificuldades e desafios no campo da Saúde Coletiva, sobretudo na Saúde Mental da população e o desenvolvimento de práticas voltadas à promoção de saúde, diante distanciamento social. Durante esse período, houve o aumento expressivo de casos de violência autoprovocada em jovens adultos com idade entre 18 a 29 anos, assim como  a procura nos acolhimentos dos serviços. A partir dos dados epidemiológicos obtidos através do SINAN - Sistema de Notificação de Agravos -  profissionais do Núcleo de Prevenção à Violência se reuniram para construir ações de cuidado compartilhadas, a partir do dispositivo grupal. Objetivo: Relatar a experiência de um grupo online com usuários do território, realizado por profissionais do SUS da Zona Norte de São Paulo (Unidades Básicas de Saúde e CAPS), com o intuito de prevenção ao suicídio e promoção da saúde. Métodos: Os encontros aconteceram semanalmente, pela plataforma Google Meet, composto por profissionais da Psicologia, Enfermagem, Serviço Social e usuários. A partir do diálogo, foi possível desenvolver um espaço terapêutico, mas também utilizamos recursos disparadores como música, poesia, notícias, trazidas tanto pelos organizadores do grupo como pelos usuários de maneira espontânea. Foram realizadas reuniões e supervisões periódicas entre os profissionais com finalidade de matriciamento e planejamento. Resultados: O grupo online apareceu como uma importante prática de promoção de saúde mental entre a população jovem em meio à pandemia de covid-19, fortalecendo o vínculo entre usuários e também  entre os próprios serviços da Rede de Atenção Psicossocial. Através dos encontros, foi possível qualificar as queixas e sintomas trazidos, evidenciando os aspectos psicossociais que levam esses jovens à violência autoprovocada, e reflexões das relações cotidianas. Foi ressaltado em diversos encontros a dificuldade de confiança em instituições como o Estado e a família, tendo como ponto comum o sentimento de não pertencimento, distorção sobre o futuro relacionado ao trabalho e estudos. O grupo proporcionou espaço reflexivo onde foi possível dialogar e desenvolver laço social seguro para trazer angústias, inquietações, inseguranças, medos, sonhos e objetivo de vida. O grupo teve como característica o fortalecimento do Projeto Terapêutico Singular para além dos atendimentos individuais, dentro da perspectiva da clínica ampliada. Através dos encontros percebemos o desafio em criar um grupo online, realizamos diversas discussões/análises para criar um espaço seguro, sigiloso, criativo e acolhedor. Fomos aprendendo a lidar com esta nova ferramenta tecnológica proporcionando aprendizagem entre os profissionais do serviços. Uma das ferramentas que nos auxiliou foi a supervisão clínica/institucional proporcionada pela apoiadora técnicas do núcleo de prevenção da violência do nosso território. Foi possível perceber através da supervisão as dificuldades e potências no manejo grupal online, sentimentos contratransferenciais e análise do conteúdo trazido pelos usuários do grupo. Deste modo, houve aprendizagem e aperfeiçoamento técnico para o processo grupal. Considerações Finais: Este relato de experiência abre possibilidades para reflexões acerca do trabalho com grupos online no âmbito da Saúde Pública, instigando práticas voltadas ao cuidado integral na saúde dos usuários dos serviços e no fortalecimento da rede de saúde em ações conjuntas de grupo no território.

Palavras-chave: Covid-19, Juventude, Grupo, Promoção de saúde, Prevenção do suicídio.